“…Especialmente no contexto brasileiro, essa premissa se sustenta quando se trata de analisar a maneira de conceber e estruturar no currículo os tempos e espaços para a dimensão prática, tal como o Estágio Curricular Supervisionado (ECS) (BEGO, OLIVEIRA;CORRÊA, 2017;CARVALHO, 2012;FERREIRA;KASSEBOEHMER, 2012). Dentre os principais problemas apontados pela literatura acerca do ECS, particularmente nos cursos de formação de professores de ciências no Brasil, pode-se citar: i) utilizado apenas como espaço de aplicação de teorias, contribuindo para uma dicotomia entre teoria e prática; ii) considerado de menor importância em relação às outras disciplinas do currículo; iii) concebido apenas como um apêndice do curso de formação, com pouca ou nenhuma relação com as demais disciplinas ; iv) não é considerado como um processo coletivo que envolve o licenciando, o professor formador universitário e o professor supervisor da escola; v) a observação dos estágios, em alguns casos, é simplesmente negligenciada, devido ao fato de os professores regentes se sentirem desconfortáveis com a avaliação de suas aulas; vi) fundamentados em uma perspectiva de imitação acrítica, no qual o estagiário apenas mimetiza as ações do professor regente; vii) não incentiva a construção da autonomia, criatividade e responsabilidade profissional, pelo fato de o estagiário, geralmente, ficar preso ao planejamento rígido imposto pelo professor supervisor da escola ; vii) restringe-se ao aprendizado de técnicas instrumentais, a habilidades de manejo da sala de aula, ao preenchimento burocrático de fichas de observação, diagramas e fluxogramas; viii) caracterizados por contatos episódicos e verticalizados com a escola; ix) desconsidera a premência de fundamentação teórica para sua realização (AGOSTINI; TERRAZZAN, 2012;ASSAI;BROIETTI;ARRUDA, 2018;BRAGA, 2015;FAZENDA, 2012;GARCEZ et al, 2012;NETO;BOZZINI;FURLAN, 2016;LIMA, 2005;SILVA;SCHNETZLER, 2008).…”