Introdução: A violência obstétrica é caracterizada pela perda da autonomia pela parturiente em detrimento da apropriação do processo reprodutivo e do corpo feminino pelos profissionais da área da saúde. Além disso, mulheres pobres, negras, com baixa escolaridade, pouco colaborativas e sem acesso a assistência essencial de saúde como o pré-natal, estão mais expostas a essa violência. Objetivo: Analisar a relação dos aspectos biopsicossociais que permeiam a prevalência da violência obstétrica em Belém. Métodos: a pesquisa foi do tipo exploratório descritiva com uma abordagem quantitativa, realizada de forma presencial na instituição Centro de Saúde Escola do Marco e de forma virtual por meio da plataforma Google Forms com a utilização de questionários com perguntas pré-definidas pela equipe de caráter sociodemográfico e obstétrico. Resultado: A pesquisa contou com 60 participantes, entre 18 e 64 anos de idade. Entre estas, 61% tiveram seus partos realizados em maternidade pública, e 39% em maternidade particular. De modo geral, 69% das participantes sofreram alguma violência obstétrica, senda as mais frequentes o direito ao acompanhante negado (41,2%), episiotomia (31,4%), falta de informação (23,5%), manobra de Kristeller (17,6%) e peregrinação (15,7%). Ademais, o nível de escolaridade e a cor da pele das participantes teve relação direta com a prevalência da violência obstétrica. Conclusão: O presente estudo confirmou que há uma relação dos determinantes biopsicossociais na prevalência da violência obstétrica. Assim, é inquestionável a necessidade de uma maior atuação clínica no zelo e assistência às gestantes e puérperas, tal qual na elaboração participativa de planos de parto.