46 anos do Programa Nacional de Imunizações: uma história repleta de conquistas e desafios a serem superados

Abstract

Resumo: O Programa Nacional de Imunizações (PNI), coordenado pelo Ministério da Saúde, de forma compartilhada com as secretarias estaduais e municipais de saúde, vem se consolidando como uma das principais e mais relevantes intervenções em saúde pública, com a conquista de resultados importantes, como a certificação de área livre da circulação do poliovírus selvagem, a eliminação da circulação do vírus da rubéola e pelo importante impacto na redução dos casos e mortes pelas doenças imunopreveníveis, a partir da sua criação em 1973. O Brasil é um dos países que oferece o maior número de vacinas, de forma gratuita, com 15 vacinas para crianças, 9 para os adolescentes, cinco para os adultos e idosos. A partir dessa expansão do programa e da manutenção de elevadas coberturas vacinais, foi possível observar o rápido impacto na diminuição das doenças imunopreveníveis, mudando completamente o cenário epidemiológico dessas doenças no país, ao longo destas últimas quatro décadas. Atualmente, o país vive um contexto em que aumenta a parcela da população sem vacinação adequada. Na medida em que as doenças passam a não circular mais, justamente porque se mantiveram elevadas coberturas vacinais principalmente a partir dos anos 2000, muitas doenças tornaram-se desconhecidas, fazendo com que algumas pessoas não tenham noção do perigo representado por elas. É necessário, portanto, entender os múltiplos fatores que estão contribuindo para essa diminuição, criando, dessa forma, o risco de ressurgimento de doenças graves já controladas ou eliminadas na população.

Fatores que influenciam na adesão vacinal de mães usuárias da Atenção Primária à Saúde

“…A rede pública oferta cinco vacinas para adultos e idoso, e a imunização dos adultos é essencial para criar a imunidade de rebanho, garantido proteção para os indivíduos que não podem ser vacinados ou que não estão incluídos no calendário vacinal. Ainda, as mães ofertam imunização passiva recebida para as crianças durante a amamentação, por isso é essencial que estejam com as vacinas atualizadas (Domingues, et al 2020). Ainda, no puerpério a atenção da mulher é voltada para o recém-nascido, e com isso pode ocorrer um déficit no autocuidado, o que pode contribuir para o atraso no calendário vacinal das mulheres.…”

“…Ainda, notícias falsas colocara em discussão questões que não eram popularmente debatidos, especialmente sobre efeitos adversos e composição das vacinais. A falta de conhecimento científico sobre os verdadeiros e reais benefícios da vacinação por parte da população faz com que movimentos antivacina ganhem força e impactem desde 2016 na cobertura vacinal (Buges, Pereira & Almeida, 2020;Domingues, et al 2020).…”

“…E18 Os grupos resistentes a vacinação, é um fenômeno crescente e intensificado pela obrigatoriedade na vacinação, o mesmo já foi identificado no Reino Unido e nos Estados Unidos, tal movimento fez com que a indústria farmacêutica alterasse o processo de fabricação de vacinas. No Brasil, tem suas fortes ligações com a Revolta da Vacina, o qual ocorreu de forma impositiva e violenta, contudo, a gravidade da epidemia fez com que a população desejasse ser vacinada (Domingues, et al 2020).…”

“…A internet possibilitou a rápida e indiscriminada disseminação dessas informações, atingindo um público cada vez maior. Tal fato pode estar relacionado a diminuição do índice de cobertura vacinal, o mesmo também pode ter relação com a alteração, em 2010, no sistema de registro de dados de vacinação no país (Saraiva & Faria, 2019;Domingues, et al 2020).…”

“…A efetividade do programa, bem como o número de imunobiológicos ofertados de forma gratuita em todo território nacional, faz com que o PNI seja uma referência mundial, reconhecido pela Organização Pan Americana da Saúde (OPAS) (Nascimento, Cavalcanti, Silva, 2020;Domingues, et al 2020).…”