2020
DOI: 10.1590/0102-311x00150120
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Desigualdades raciais e a morte como horizonte: considerações sobre a COVID-19 e o racismo estrutural

Abstract: A incidência e mortalidade por COVID-19 em países com fortes desigualdades sociais se diferenciam em termos populacionais. Em países com histórico e tradição colonial como o Brasil, os marcadores sociais das diferenças têm profunda ancoragem na demarcação racial, sobre a qual agem as dinâmicas e os processos político-sociais fundados no racismo estrutural. Contrapõe-se a narrativas que propõem uma leitura sobre ser esta uma pandemia democrática, cujo argumento se alinha à retórica da democracia racial que corr… Show more

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“…Com base nos dados apresentados nas páginas precedentes, percebese, assim como reconhecido por Oliveira et al (2020), que a pandemia da COVID-19 não apenas expõe as desigualdades, como reatualiza certas demarcações coloniais. Observa-se que o momento serve de reforço às desigualdades históricas de raça e de gênero, reproduzindo-se, atualmente, em diversas dimensões que denunciam um desequilíbrio arraigado, responsável por demarcar posições e condicionar processos de exclusão, inviabilizando a continuidade de algumas vidas, ainda mais vulnerabilizadas pelo cenário.…”
Section: Impactos Sobre O Cotidiano Das Comunidades Universitárias Dounclassified
“…Com base nos dados apresentados nas páginas precedentes, percebese, assim como reconhecido por Oliveira et al (2020), que a pandemia da COVID-19 não apenas expõe as desigualdades, como reatualiza certas demarcações coloniais. Observa-se que o momento serve de reforço às desigualdades históricas de raça e de gênero, reproduzindo-se, atualmente, em diversas dimensões que denunciam um desequilíbrio arraigado, responsável por demarcar posições e condicionar processos de exclusão, inviabilizando a continuidade de algumas vidas, ainda mais vulnerabilizadas pelo cenário.…”
Section: Impactos Sobre O Cotidiano Das Comunidades Universitárias Dounclassified
“…As for infrastructure, studies reveal that black individuals remain living in areas and housing with poor infrastructure, in addition to greater exposure to epidemiological vectors, which are transmitters of disease among humans, or from animals to humans. It is noteworthy that 12.5% of blacks live in areas without garbage collection and only 6% of the white population; without water supply by general network, blacks represent 17.9%, and whites 11.5%; without sanitary exhaustion by collecting or pluvial network, blacks represent 42.8% of the population against 26.5% of white [ 42 , 43 ] (p. 5).…”
Section: Discussionmentioning
confidence: 99%
“…E o número de internações de indivíduos de cor da pele preta e parda revelam o maior estado de vulnerabilidade ao COVID-19. Pois, a falta de acesso aos hospitais (Oliveira et al, 2020), a busca tardia por atendimento e a alta exposição destas pessoas -devido ao fato de terem que trabalhar para garantir o sustento e ocuparem grande parte dos subempregos e atividades informais -leva a população preta e parda a chegar aos hospitais com casos graves da doença, onde há menor possibilidade de reversão do quadro (Faculdade de medicina UFMG 2020). .…”
Section: Discussionunclassified