Ao produzir e reproduzir condições de vulnerabilidade socioeconômica e desigualdades de gênero e étnico-raciais, as violências constituem desafio para os serviços de saúde, especialmente os de atenção primária e para as políticas públicas. Experiências de violências impactam grupos sociais de maneiras diversas e têm se mostrado devastadoras especialmente para populações socialmente marginalizadas. Desse modo, o objetivo do trabalho é discutir a importância da atuação em rede intersetorial no acolhimento às vítimas de violência e o envolvimento dos profissionais da atenção primária em ações de prevenção e cuidado. Foram realizados grupos focais formados por profissionais de saúde, agentes comunitários, gestores da saúde e profissionais representantes de cada instituição da rede intersetorial, totalizando uma amostra de 36 participantes. Cabe destacar as múltiplas dificuldades em se institucionalizar parcerias e práticas conjuntas entre instituições e órgãos que integram a rede de atendimento às pessoas em situação de violências. Conclui-se a importância da qualificação dos profissionais que lidam com os casos de violências no território onde atuam, além do aprimoramento de estratégias de identificação e intervenção.