Subestimativa de obesidade e sobrepeso a partir de medidas autorrelatadas na população geral: prevalência e proposta de modelos para correção

Abstract

Os objetivos deste artigo são: (i) comparar medidas autorrelatadas de peso e estatura com medidas aferidas; (ii) avaliar o impacto dessas discrepâncias sobre o índice de massa corporal (IMC) e as prevalências de sobrepeso e obesidade; e (iii) aplicar modelos de correção das medidas autorrelatadas e avaliar o grau de melhoria das medidas corrigidas produzidas pelo uso desses modelos. Realizou-se estudo transversal, com avaliação de 4.151 adultos (18 a 60 anos) participantes do Estudo Epidemiológico dos Transtornos Mentais São Paulo Megacity. Foram propostos e testados modelos de regressão linear estratificados por sexo, para a correção das medidas autorrelatadas. Para avaliar a concordância, usou-se o coeficiente de correlação intraclasse para as medidas aferidas, medidas autorrelatadas e medidas corrigidas, bem como o coeficiente kappa para as categorias de classificação do IMC. O peso autorrelatado e o IMC resultantes foram subestimados, ao passo que a estatura foi superestimada, comparados às medidas aferidas. Com todos os modelos de correção, as medidas corrigidas tornaram-se mais próximas às medidas aferidas. As prevalências de excesso de peso, quando calculadas a partir das medidas autorrelatadas, estavam subestimadas em 24% em homens e 28% em mulheres. Com as correções, a subestimativa diminuiu para 8% e 10%, respectivamente. Identificou-se concordância moderada para as medidas autorrelatadas e concordância substancial para as medidas corrigidas, quando comparadas às medidas reais. O uso de equações de correção para dados autorrelatados mostrou-se um método útil para produzir estimativas mais fidedignas da prevalência de excesso de peso e obesidade na população geral, geralmente estimadas a partir de medidas de peso e estatura autorrelatadas nos inquéritos populacionais.

Os cuidados necessários para pacientes pós-cirurgia bariátrica

“…É importante ressaltar, que o parâmetro utilizado no diagnóstico consiste no Índice de Massa Corporal (IMC), ao qual relaciona a altura com o peso do indivíduo, sendo o peso considerado normal quando este resultado é entre 18,5 e 24,9. E, para se considerar obeso, apresenta IMC estando acima de 30, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo indicado para cirurgia bariátrica, os que se encontra a partir do IMC 40 (Ferriani et al, 2019).…”

Time-trend in excess weight in Brazilian adults: A systematic review and meta-analysis

“…The use of self-reported data in certain publications may also affect the results found. The variability in self-reported weight and height values induces changes in BMI and, therefore, in the prevalence of excess weight [ 32 , 33 ]. Anthropometric measures in studies based on self-reported data have shown a trend to underestimate weight and overestimate height [ 34 , 35 ].…”

Physical activity assessment and quality of life in nursing

“…(19) É possível que a prevalência mais baixa encontrada no presente trabalho esteja relacionada com o fato de que foram utilizadas medidas de autorrelato de peso e altura, que podem fazer com que as taxas de prevalência de excesso de peso sejam subestimadas em 24% nos homens e 28% nas mulheres. (20) De maneira oposta à hipótese suscitada, a maior parte dos participantes apresentou nível de AF classificado como muito ativo ou suficientemente ativo. Ser acadêmico ou enfermeiro pareceu não influenciar nos níveis de atividade nem a qualidade de vida, que foram semelhantes entre os grupos para todos os domínios.…”