Vulnerabilidade à infecção do HIV entre casais sorodiscordantes no Rio de Janeiro, Brasil

Abstract

Em 1996, uma nova era no tratamento do HIV/AIDS se iniciou com o advento da terapia antirretroviral altamente potente (HAART). O advento desses novos medicamentos ampliou os recursos terapêuticos, melhorou a expectativa e a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV e AIDS, favorecendo a manutenção e o início de relacionamentos entre parceiros com sorologias diferentes para o HIV. Este estudo com casais sorodiscordantes teve como objetivo central compreender as três dimensões da vulnerabilidade - programática, social e individual - entre esses casais. A pesquisa inserida no campo do construcionismo social utilizou o método de análise das práticas discursivas e produção de sentidos. Foram realizadas 40 entrevistas em profundidade com casais acompanhados em instituto de pesquisa clínica. Dentre os principais resultados, pode-se destacar a falta de informação sobre sexualidade na família e nas escolas, os conhecimentos distorcidos sobre prevenção e transmissão do HIV, as inadequações na realização do teste anti-HIV e as falhas na comunicação dos resultados.

Abortion among women living with or not living with HIV/AIDS users of public health services in São Paulo municipality: prevalence, contexts and reasons

“…Almost half of WLHA who aborted after diagnosis, got pregnant using some method -condom in the majority of cases -suggesting the possibility of a flawed use of the method or difficulties in their negotiation with the partner.As 15 of 24 WLHA had a serodiscordant partner at the time of the first post-diagnosis abortion, women and health services may have prioritized prevention of sexual transmission to their partner instead of a similar concern to pregnancy prevention. Other studies indicate the non-use of contraceptive method among serodiscordant couples for different reasons, 17 reiterating the need of associating condoms to another modern contraceptive method to avoid non-intentional pregnancy among WLHA. 18 To the majority of WLHA and WNLHA the noncohabitation with the partner, financial difficulties and lack of support from the families were the main reasons for aborting.…”

A assistência de saúde às pessoas vivendo com HIV/AIDS acompanhadas pelo Centro de Testagem e Aconselhamento

“…Segundo estudos anteriores, o acesso ao serviço de saúde é fator determinante na QV para as PVHA; assim como a inalcançabilidade é fator estressor e está associado a piores prognósticos (Pedraza et al, 2015;Fernandes et al, 2017). Repare o peso dessa falha que refere que a gama de apresentações possibilitadas pela AIDS e com sua interferência em diversos setores e aspectos da vida, a interdisciplinaridade permite a ação em regime complementar das competências profissionais, favorecendo uma assistência qualificada, individualizada e humanizada de cuidado integral Research, Society andDevelopment, v. 9, n. 8, e660986312, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i8.6312 Observou-se uma certa resistência à busca de outros serviços de saúde que podem demonstrar insegurança quanto a capacidade técnica, a possibilidade de exposição aos profissionais e demais usuários e quanto ao modo operante da assistência, que pode não ser direcionada para a AIDS.…”

“…11 Entrevista concedida pela pessoa B. isolamento e no receio de viver em sociedade. Tanto a pessoa estigmatizada como quem estigmatiza tendem a desenvolver mecanismos protetores que se manifestam por condutas de afastamento (Antunes, Rosa & Brêtas, 2016).O preconceito vivido e o receio de re-enfrentá-lo é um fator preditivo negativo na QV e Saúde dos soropositivos (Fernandes et al, 2017).…”

Vulnerabilidade ao HIV entre parcerias afetivo-sexuais estáveis sorodiferentes: Desafios para o cuidado em saúde

“…Ademais, as pessoas com receio de revelar o diagnóstico, temem ser percebidas como "desviantes" ou pertencentes a "grupo de risco", com certas identidades sociais minoritárias, taxadas por parte da sociedade como "promíscuas" (FERNANDES et al, 2017).…”

“…A dificuldade que a mulher encontra para convencer o parceiro soronegativo ao HIV em fazer uso do preservativo, é fruto do medo de discriminação/rejeição e da possibilidade de gerar conflitos e prejuízos ao relacionamento. Estas mulheres vivem o relacionamento com receio de infectar o parceiro ou de serem infectadas por eles (FERNANDES et al, 2017;MAKSUD, 2007) Como consequência desse pensamento, estudos brasileiros (REIS et al, 2016;GARCIA et al, 2015)…”