Corrupção e ineficiência no Brasil: Uma análise de equilíbrio geral

Abstract

ResumoO trabalho analisa corrupção e ineficiência no setor público a partir de um modelo de equilíbrio geral calibrado para o Brasil, com foco em agregados macroeconômicos e o bem-estar da economia. Os resultados de exercícios contrafactuais mostram que a eliminação da corrupção e ineficiências nos gastos públicos implicam significativo ganho de bem-estar. Entretanto, eliminando-se somente corrupção o efeito de bem-estar é adverso e expressivo, indicando que a corrupção estaria corrigindo alguma distorção presente na economia. Na hipótese de um possível tradeoff entre políticas de redução de ineficiências e corrupção, reduções nas ineficiências do setor público acompanhadas de aumento de corrupção podem implicar efeitos negativos sobre o produto e o investimento no curto e longo prazos, em que pese o bem-estar aumentar. Ademais, usando como ilustração a flexibilização de normas licitatórias para as obras da copa do mundo e das olimpíadas permitida pela Lei nº 12.462, as simulações sugerem que se a flexibilização vier acompanhada de aumentos na corrupção, poderia haver ganho de bem-estar para o agregado da economia, mas retrairia as trajetórias de crescimento do produto e investimento no curto e longo prazo, mostrando que poderia haver certo dilema na tomada de decisão para fins de implantação de uma política desta natureza. Palavras-ChaveCorrupção. Ineficiência. Equilíbrio geral. Bem-estar. Crescimento. AbstractThe essay analyzes corruption and inefficiency in the public sector from a general equilibrium model calibrated to Brazil, focusing on macroeconomic aggregates and welfare for the aggregate economy. The results of the counterfactual exercises performed show that the elimination of corruption and inefficiencies in public spending could determinate significant gain in welfare. However, if only corruption is eliminated the welfare ♦ Os autores agradecem as sugestões e críticas dos pareceristas anônimos. Ricardo A. de Castro Pereira, adicionalmente, agradece o financiamento do Programa de Educação Tutorial

Percepción del profesional contable brasileño sobre operaciones sospechosas de lavado de dinero

“…En la última década, la sociedad brasileña ha atravesado un proceso de aparente empoderamiento para rechazar y denunciar crímenes que consumen recursos públicos y privados. Las prácticas ilícitas entre terceros transforman los recursos potenciales de inversión productiva en un instrumento para financiar las prácticas criminales más diversas (Campos & Pereira, 2016), como la corrupción, o el tráfico de drogas y armas.…”

Gestão socioambiental nas grandes cidades: por que olhar do Brasil para as iniciativas das megalópoles indianas?

“…Somam-se ao aumento da densidade demográfica a desigualdade social e a possível corrupção de seus dirigentes. A corrupção como interferência se agrava e impede o desenvolvimento de uma nação, bem como interfere diretamente no bem-estar e na economia local (Campos & Pereira, 2016). Por isso, pela via dos problemas, cidades brasileiras e indianas se aproximam em anseios.…”

Influência da corrupção nos gastos das empresas estatais

“…These pressures may take place to reach political goals, such as the allocation of production in politically desirable regions to the detriment of economically attractive regions, which tends not to happen when the government holds a minority stake in SOEs (Inoue, Musacchio and Lazzarini, 2013) However, it is not uncommon to see the problematic use of SOEs by politicians as means of rent seeking, especially in countries in which inequality is high (Avsar, Karayalcin and Ulubasoglu, 2013). Additionally, there also is the inefficiency of the short-term expenditures of SOEs, which are often used by politicians for personal gain (Campos and Pereira, 2016), given the state's majority control over SOEs (Musacchio and Lazzarini, 2012). It adds up to pathological corruption.…”

“…In this case, corruption can facilitate the exchange of political favors, and short-term investment can be helpful by having a faster return. According to Campos and Pereira (2016), the short-term investments of state-owned companies are generally higher than necessary due to inefficiencies. Therefore, politicians take advantage of this inefficiency to steal and obtain personal gains.…”