INTRODUÇÃOA pandemia de COVID-19 desafiou as autoridades sanitárias, cientistas e toda a população mundial dada a rápida disseminação planetária e o fácil contágio, levando muitas pessoas a desenvolver a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Esta, por sua vez, requereu atendimento urgente por conta dos sinais e sintomas e o rápido agravamento da doença, o que comprometeu a capacidade de atendimento dos serviços de saúde, resultando assim em alta mortalidade (1,2) .No Brasil, a pandemia mostrou sua face mais cruel naqueles cenários em que já escasseavam os serviços de saúde e as condições de manutenção salutogênica já se encontravam comprometidas. Este é o caso dos territórios quilombolas, marcados por desigualdades de acesso a bens e serviços, as ações de enfretamento à COVID-19 direcionadas pelo governo brasileiro -escassas, pouco resolutivas e inacessíveis -foram consideradas negligentes pela comunidade internacional (3,4) . Segundo a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos -CONAQ, os casos de COVID-19 foram subnotificados em comunidades Quilombolas (4) , corroborando com estudos que revelam a subnotificação de mortes em decorrência da COVID-19 (5) .Nesse contexto, a necessidade da implementação de políticas sociais que minimizassem os impactos da COVID-19 em populações em situação de vulnerabilidade social, que historicamente já enfrentavam outros desafios, chamaram a atenção da OPAS. Isto motivou o desenvolvimento, em parceria com várias instituições e entidades no mundo, de projeto de combate à pandemia de COVID-19 , especialmente através do estímulo à implementação de medidas não-farmacológicas. Uma destas iniciativas foi denominado "Implementação de medidas não-farmacológicas de combate e prevenção à COVID-19 para populações em situação de vulnerabilidade". Iniciativas semelhantes a esta foram realizadas pela Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) através de várias de suas seções como as publicadas por membros da ABEn seção Pará (6) e ABEn seção Rio de Janeiro (7) .