Mulheres no tráfico de drogas: retratos da vitimização e do protagonismo feminino

Abstract

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Uma Experiência Com Grupos De Promoção Da Saúde Materno-Infantil No Sistema Prisional

“…São citadas situações de negligência, abandono, violência intrafamiliar e institucional; abusos físicos, psicológicos e uso abusivo de drogas; situações de rua; dificuldade de acesso às redes de apoio social e comunitárias, bem como às políticas públicas de saúde, assistência social, educação e moradia (DOTTA; STOCK & FUZINATTO, 2017). Tais situações configuram não somente um quadro de vulnerabilidade social, mas compõe com a vinculação das mulheres aos delitos (CAFFARENA et al, 2012;BARCINSKI & CÚNICO, 2016).…”

Namoro e Envolvimento Feminino com Ato Infracional: um estudo de casos múltiplos

“…Emanuelly avalia que se atraiu pelo estereótipo associado à imagem de homens envolvidos com a ilicitude, primeiro, pela dimensão financeira. Os relatos das adolescentes dialogam com a literatura existente, ao assinalarem seus processos protagônicos de envolvimento com atos infracionais, porém esta agencialidade ocorre a partir do estabelecimento de uma relação amorosa, dinâmica que complexifica o fenômeno trazendo paradoxos entre prescrições e restrições relativas aos estereótipos sobre feminilidade (Barcinski & Cúnico, 2016;Santos, 2016).…”

“…Soma-se a essas características, a dimensão das relações de gênero que figura como um aspecto central nos estudos desenvolvidos com mulheres com passagem Namoro e Envolvimento Feminino com Ato Infracional: um estudo de casos múltiplos __________________________________________________________________________________________ 514 Contextos Clínicos, v. 14, n. 2, mai./ago. 2021 criminal (Barcinski & Cúnico, 2016;Alves, 2017;Klanovicz & Bugar, 2019), os quais são utilizados como referência para o presente texto em virtude da escassez de produção atinente às adolescentes. Mulheres, assim como as adolescentes, têm o tráfico como o principal motivo para sua responsabilização penal (Klanovicz & Bugar, 2019;Santoro & Pereira, 2018).…”

“…O envolvimento feminino com infrações penais, entretanto, é marcado por fenômenos complexos, se analisado sob a ótica das relações de gênero (Barcinski & Cúnico, 2016). A trajetória de vida do público feminino que comete uma infração é marcada por momentos de cisão e outros de conformação às prescrições e restrições baseadas nos estereótipos sobre ser mulher (Carvalhaes, Toneli, & Mansano, 2018).…”

“…Assim, tanto destacam-se fenômenos de vitimização e subalternização, quanto ascendem processo protagônicos e ativos de envolvimento (esses últimos, entretanto, não podem ser analisados dissociados dos primeiros) (Barcinski & Cúnico, 2016;Santos, 2016;Ratton & Galvão, 2016). A agencialidade feminina no cometimento de infrações corresponde, então, ao protagonismo, intencionalidade e racionalidade envolvidos no processo decisório de infracionar (Ratton & Galvão, 2016).…”