Prevalência de multimorbidade em idosos em São Paulo, Brasil: um estudo com o ISA-Capital

Abstract

OBJETIVO Estimar a prevalência de multimorbidade em idosos em São Paulo, Brasil. MÉTODOS Estudo transversal, aninhado ao inquérito de base populacional ISA-Capital, de 2015, com sub amostra de 1.019 idosos com 60 anos ou mais. A multimorbidade foi categorizada considerando duas ou mais doenças crônicas, a partir de uma lista previamente definida. Os dados foram analisados em modelos univariado e múltiplo com a regressão de Poisson. RESULTADOS A prevalência de multimorbidade foi de 40% (IC95% 36,6–43,8), sendo maior nas mulheres (RP a = 1,95 [comparado com homens]; IC95% 1,58–2,40), nos indivíduos com 75 anos ou mais (RP a = 1,25 [comparado com indivíduos de 60 a 64 anos]; IC95% 1,01–1,60), nos pretos (RP a = 1,28 [comparado com brancos]; IC95% 1,04–1,59), nas pessoas de alta renda (RP a = 1,27 [comparado com baixa renda]; IC95% 1,09–1,50) e nos ex-fumantes (RP a = 1,30 [comparado com quem nunca fumou]; IC95% 1,05–1,60) e menor nos que se declararam fumantes (RP a = 0,72 [comparado com quem nunca fumou]; IC95% 1,09–1,50). CONCLUSÕES A prevalência de multimorbidade foi inferior à reportada na maioria dos estudos revisados, mas há consistência sobre sua associação com sexo, idade, cor da pele, tabagismo e nível socioeconômico. A padronização de critérios conceituais e metodológicos para a sua estimação é um desafio para mitigar problemas no planejamento e gestão de sistemas de saúde para populações cada vez mais envelhecidas.

Prevalence and factors associated with multimorbidity in adults in Brazil, according to sex: a population-based cross-sectional survey

“…Our findings revealed that smoking (former and current smokers) was positively associated with a higher prevalence of multimorbidity, regardless of sex, confirming existing literature ( 13–15 ). The greatest magnitude of association was observed in former smokers, which is in line with other investigations ( 78 , 79 ). The cross-sectional nature of this study does not allow to establish causality between smoking cessation and multimorbidity.…”

Global and regional prevalence of multimorbidity in the adult population in community settings: a systematic review and meta-analysis

“…153 Brazil UMIC 2020 2013–2014 Cross-sectional Brazilian National Survey Self-reported and Objective 23,329 ≥20 37.9 47.2 14 10.9 Keomma et al. 154 Brazil UMIC 2020 2015 Cross-sectional The ISA-Capital health survey Self-reported and Objective 1019 ≥60 67.7 40.3 10 40 Jürisson et al. 155 Estonia HIC 2021 2015–2017 Cross-sectional Estonian Health Insurance Fund Objective 909,477 ≥25 53.4 45.9 55 39.8 a Ascertainment of morbidities- Objective: medical records/clinical examinations.…”

Avaliação Da Necessidade De Ajuste De Dose De Medicamentos a Partir Da Taxa De Filtração Glomerular De Pessoas Idosas Na Atenção Primária À Saúde

“…Dados epidemiológicos indicam que a prevalência de disfunção renal em idosos é substancial, com aproximadamente 26,0% da população acima de 65 anos apresentando algum grau de comprometimento renal 10 . Tal fenômeno impõe desafios significativos à equipe multiprofissional de saúde relacionados à avaliação da TFG e da necessidade de ajuste de dose dos medicamentos, bem como do manejo clínico de pessoas idosas com alterações mais significativas da TFG na APS 11 .…”

“…Considerando que, no âmbito da APS, a prevenção de eventos adversos é primordial, e que a assistência farmacêutica no Sistema Único de Saúde (SUS) tem a função de garantir o acesso a medicamentos e seu uso de forma racional 11 , estratégias que incorporam a TFG na tomada de decisões farmacoterapêuticas podem resultar em benefícios significativos. A integração de ferramentas de cálculo de TFG em sistemas de registro eletrônico de saúde, aliada à educação continuada dos profissionais de saúde, pode melhorar a adequação das doses e minimizar o risco de eventos adversos relacionados a medicamentos na pessoa idosa 12 .…”