2018
DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2018.128512
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Empreiteiros e imprensa: a atuação dos empresários da construção pesada junto aos veículos de comunicação antes e durante a ditadura civil-militar brasileira (1964-1988)

Abstract: Este artigo analisa a atuação dos empresários brasileiros da construção pesada junto aos organismos de imprensa antes e durante a ditadura civil-militar brasileira. Através do acesso a memórias e fontes primárias do setor, verificamos o elevado interesse desses agentes pelos jornais de grande circulação no país e pelo poder de seus dirigentes, dado o controle que estes dispunham sobre veículos de grande circulação regional e nacional. Notamos uma alteração na atuação dos empresários da construção junto à impre… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
2
1

Citation Types

0
0
0
10

Year Published

2022
2022
2024
2024

Publication Types

Select...
7
1

Relationship

0
8

Authors

Journals

citations
Cited by 10 publications
(10 citation statements)
references
References 1 publication
0
0
0
10
Order By: Relevance
“…Tal procedimento metodológico se mostrou importante, primeiro porque permitiu uma compreensão teórica do que era relatado nas páginas do Correio da Manhã, e sobretudo porque, como toda fonte histórica, cabe ao pesquisador, ao analisá-las, saber que elas são portadoras de pontos de vista, vieses e interesses particulares. O Correio da Manhã, até então o maior jornal em circulação no país, tendia a reproduzir o discurso oficial dos militares -principalmente, a partir de 1969, quando passou a ser controlado por empresários ligados a empreiteiras (Campos, 2018). Aliás, importante lembrar que o periódico foi a favor do golpe de estado que destituiu o governo de João Goulart em 1964 -muito embora, ao longo do regime repressivo, o jornal tenha feito oposição ao regime, inclusive sua sede sendo invadida e interditada, o que culminou no encerramento de suas atividades em 1974.…”
Section: Metodologiaunclassified
“…Tal procedimento metodológico se mostrou importante, primeiro porque permitiu uma compreensão teórica do que era relatado nas páginas do Correio da Manhã, e sobretudo porque, como toda fonte histórica, cabe ao pesquisador, ao analisá-las, saber que elas são portadoras de pontos de vista, vieses e interesses particulares. O Correio da Manhã, até então o maior jornal em circulação no país, tendia a reproduzir o discurso oficial dos militares -principalmente, a partir de 1969, quando passou a ser controlado por empresários ligados a empreiteiras (Campos, 2018). Aliás, importante lembrar que o periódico foi a favor do golpe de estado que destituiu o governo de João Goulart em 1964 -muito embora, ao longo do regime repressivo, o jornal tenha feito oposição ao regime, inclusive sua sede sendo invadida e interditada, o que culminou no encerramento de suas atividades em 1974.…”
Section: Metodologiaunclassified
“…A grande imprensa brasileira é um dos setores empresariais que tem sido foco de estudos quando se busca compreender as relações imbricadas entre empresariado e ditadura militar no Brasil (ver Abreu, 2005a;Biroli, 2009;Carvalho, 2015;Dias, 2019;Campos, 2018;Perlatto, 2019) e as articulações e a cumplicidade de empresas com seus órgãos de repressão (ver Bonsanto, 2022;Santos;Costa, 2022;Ribeiro, Bonsanto;Daemon, 2023). Este interesse de pesquisadores de várias áreas do conhecimento -e que já construiu uma historiografia bastante amadurecida e consolidada -pode ser explicado pelo fato da imprensa ser compreendida como um ator social e político empresarial que se configura como uma fonte importante na construção e negociação de consensos (Capelato, 2014).…”
Section: Introductionunclassified
“…Isso porque, nesta relação, a imprensa sofre influência do Estado tanto de ordem financeira (com vantagens ou publicidade oficial) quanto por ameaças ou ações coercitivas. Desse modo, ao longo do período, cada empresa jornalística adotou um posicionamento diferente, sendo participante e, também, beneficiária das transformações ocorridas nesse período (Motta, 2013;Lohn, 2014;Campos, 2018).…”
Section: Introductionunclassified
“…As práticas realizadas naquele navio não eram exclusivas, sendo comuns ao Sistema Nacional de Inteligência (SNI), assim como não era particular a parceria com a iniciativa privada para tais fins (SANTOS; FERNANDES NETO, 2020;CAMPOS, 2012).…”
unclassified