2014
DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2014.89007
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Estradas líquidas, comércio sólido: índios e regatões na Amazônia (século XIX)

Abstract: O artigo analisa as relações entre os índios e os comerciantes ambulantes que, na Amazônia do século XIX, eram conhecidos como regatões. Com base em documentos da época, constata-se que nem sempre os índios foram vítimas ingênuas e passivas diante dos regatões e que é necessário enfatizar a dimensão simbólica das trocas, a fim de recuperar o protagonismo indígena nas relações estabelecidas com os comerciantes e com as mercadorias que eles vendiam.

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“…o motivo básico dos movimentos migratórios para as regiões do baixo Madeira e Tapajós parece ser o desejo dos índios de obterem artigos manufaturados, especialmente utensílios de ferro". Apesar do conhecido fascínio que as mercadorias ocidentais exerceram sobre os índios (Henrique & Morais, 2014), a documentação existente indica outra possibilidade de resposta para essa questão: a consciência que estes indígenas passaram a ter da força bélica dos luso-brasileiros.…”
Section: Tribo Industriosa E Amiga Dos Brancosunclassified
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“…o motivo básico dos movimentos migratórios para as regiões do baixo Madeira e Tapajós parece ser o desejo dos índios de obterem artigos manufaturados, especialmente utensílios de ferro". Apesar do conhecido fascínio que as mercadorias ocidentais exerceram sobre os índios (Henrique & Morais, 2014), a documentação existente indica outra possibilidade de resposta para essa questão: a consciência que estes indígenas passaram a ter da força bélica dos luso-brasileiros.…”
Section: Tribo Industriosa E Amiga Dos Brancosunclassified
“…Em 1911, instalou-se, entre os Munduruku, a Missão Franciscana, às margens do rio Cururu, tributário da margem direita do rio Tapajós. Assim como os capuchinhos no século XIX, os franciscanos procuraram exercer forte tutela sobre os índios, controlando, especialmente, a relação destes com os comerciantes da região, os chamados regatões (Murphy & Murphy, 1954;Henrique & Morais, 2014).…”
Section: Tribo Industriosa E Amiga Dos Brancosunclassified
“…O padrão ribeiro de ocupar o espaço amazônico acentuava a dependência do modal fl uvial para o transporte de mercadorias e pessoas, possibilitando que algumas frações do capital comercial se especializassem na forma de comissários volantes, comerciantes do rio que mais tarde fi cariam conhecidos como "regatões" (Schmink;Wood, 2012). Caracterizada como "um produto original da Amazônia" (Veríssimo, 1970), essa fração endógena do capital comercial local correspondia a um comerciante isolado que, uma vez abastecido de artigos manufaturados nas principais vilas da região, descia os rios em busca de produtos do extrativismo, utilizando esses artigos em trocas com ribeirinhos ou mesmo com tribos indígenas locais (Henrique;Morais, 2014;Mcgrath, 1999).…”
Section: Gênese Das Estruturas De Produção Na Amazônia Colonial E O Lunclassified
“…Na região da Serra da Lua os campos são de terras, mas há inúmeras 'estradas líquidas' (Henrique & Morais 2014): as mais caudalosas são o rio Takutua'a (Tacutu), que significa 'flecha' conforme informação obtida in loco no ano de 2007 e reiterada em 2016 por um informante cujo nome autodesignativo é Xaburu 3 e o Kuituwa'u 4 . Conforme Xaburu, provavelmente deriva de kuitu (lagarto) e ywa'uz (rio), informação corroborada por Carneiro (2007:123).…”
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