Diante da catástrofe. Imagem em movimento, imagem-apagamento e cemitério marinho

Abstract

Este artigo pretende pensar a indissociabilidade entre representação da catástrofe e catástrofe da representação. Para tanto, serão observadas tentativas de figurar diferentes eventos catastróficos por meio da imagem em movimento, ao longo da história. Na vídeo-instalação Los durmientes (2014), realizada pelo artista chileno Enrique Ramirez e exposta em 2015 no Museo de la Memoria y los Derechos Humanos de Santiago, a água que preenche todo o quadro tem qualidade sólida e opaca, funcionando como obstáculo à visão do espectador, o que reitera a “invisibilidade constitutiva” das tentativas de representação da catástrofe. Enquanto afirmação da inacessibilidade da verdade sobre os presos torturados, assassinados e desaparecidos sob a ditadura militar chilena, pode esta imagem em movimento ser entendida como imagem-apagamento?

Por uma filosofia da espera e da permanência: o tempo no cinema de Elia Suleiman e Kamal Aljafari

“…Ao contrário, no campo estético e político este foi um dos grandes temas do século XX. 508 A catástrofe deve ser representada? Seria possível?…”