RESUMO -Através da apresentação de quatro figuras com expressões faciais diversas, avaliamos a capacidade de reconhecimento de crianças autistas, comparando-as com crianças de inteligência normal e adultos normais. A comparação dos resultados obtidos foi realizada através do teste do qui-quadrado. As diferenças observadas mostraram-se significativas, reforçando a idéia de que existe uma dificuldade da percepção das expressões faciais nas crianças autistas, o que interfere diretamente nos relacionamentos sociais. PALAVRAS-CHAVE: autismo, reconhecimento facial, prosopagnosia.
Facial recognizing and autismABSTRACT -Through the presentation of four facial expressions' illustrations, we evaluate the capacity of autistic childrens recognition, comparing with normal intelligence children and adults. The comparison of results was accomplished through the qui-square test. The differences observed were significant, showing that a disturbance of the facial expressions' perception is present in autistic children, and that it interferes directly in the social relationships.KEY WORDS -autism; facial recognizing; prosopagnosy.O autismo é visto hoje como uma síndrome comportamental com etiologias múltiplas e evolução de um distúrbio do desenvolvimento 1 , caracterizada por déficit na interação social e no relacionamento com os outros, associado a alterações de linguagem e comportamento. Sua diferenciação dos quadros de deficiência mental é difícil, sendo realizada principalmente através da presença de comprometimento qualitativo no desenvolvimento das interações sociais e nas habilidades comunicacionais que, nas deficiências mentais, mesmo quando presente, não é a característica mais importante 2 . Seu surgimento ocorre antes dos 3 anos de idade, com prevalência estimada de 4 a 5/ 10 000 e predominância no sexo masculino (3 a 4 para 1), sendo relacionado a fatores pré-, peri-e pós-natais. Dessa maneira, diferentes quadros genéticos e neurológicos são descritos como a ele relacionados, conforme diversos estudos descrevem 1,[3][4][5] , sendo as alterações cromossômicas descritas em altas percentagens por Steffemberg 6 , embora de natureza inespecífica e variada 7 .Sob o ponto de vista do funcionamento mental, embora hipóteses afetivas tenham permeado sua conceituação, atualmente considera-se que crianças autistas apresentam comprometimento na capacidade de meta-representação. Assim, a ausência desta característica cognitiva específica