; Airton Schneider, TCBC-RS 3 RESUMO: Objetivo: A doxorrubicina, um dos fármacos mais utilizados no tratamento do câncer, apresenta toxicidade cardiopulmonar acentuada, muitas vezes impedindo o tratamento completo. O tocoferol (vitamina E), por sua vez, demonstrou atenuar os efeitos cardiotóxicos provocados pela doxorrubicina, permitindo o uso de uma dose maior. Em trabalho anterior, desenvolvemos um modelo constante de injúria pulmonar induzida pela doxorrubicina em pulmões de ratos (dose de 7 mg/kg). O objetivo deste estudo é testar o possível efeito protetor do tocoferol no modelo desenvolvido. Método: Utilizou-se 24 ratos Wistar, machos, pesando entre 250-350g. O grupo 1 recebeu soro intragástrico (IG) e soro intravenoso (IV); o grupo 2 recebeu tocoferol IG (400 UI) e soro IV; o grupo 3 recebeu soro IG e doxorrubicina IV e o grupo 4 recebeu tocoferol IG e doxorrubicina IV. Após sacrifício, o bloco pulmonar de cada rato foi analisado histologicamente. Resultados: Os achados microscópicos foram pré-estabelecidos (congestão, hemorragia e necrose). O grupo 1 (controle) não apresentou alterações importantes. O grupo 3 (doxorrubicina) apresentou dano estabelecido previamente. O grupo 4 (doxorrubicina e tocoferol) e o grupo 2 (tocoferol) apresentaram dano importante, mas sem diferença estatística (p>0,05). Discussão: O tocoferol poderia ter efeito na diminuição do dano intersticial, uma vez que tem sido utilizado na proteção cardíaca. Entretanto, não houve diferença em relação aos danos previamente estabelecidos.
Descritores
INTRODUÇÃOEntre os quimioterápicos utilizados no tratamento de sarcoma, a doxorrubicina, um antibiótico antraciclínico, está entre os mais importantes agentes antitumorais. Seu mecanismo de ação baseia-se na sua intercalação com o Ácido Desoxirribonucléico (ADN) da célula. Assim, muitas funções do ADN são afetadas, sendo uma possível substância mutagênica e carcinogênica 1-3 . A doxorrubicina pode causar cardiotoxicidade em alguns pacientes, a qual se apresenta sob a forma de insuficiência cardíaca congestiva, quando ultrapassado um determinado limite de dose 1,[4][5][6] . Vários estudos têm demonstrado que a doxorrubicina causa cardiotoxicidade em ratos e coelhos. Entre os mecanismos que a causam estão a geração de radicais livres que provocam o aumento da concentração de cálcio no interior das fibras miocárdicas e dano em organelas membranosas da cé-lula [7][8][9][10] .A administração intravenosa de doxorrubicina causa uma maior toxicidade sistêmica quando comparada a um modelo quimioterápico de perfusão pulmonar isolada de doxorrubicina 2 . Alguns trabalhos mostraram que a utilização de alguns potentes anti-oxidantes (probucol e carotenos) previne e diminui as cardiopatias induzidas pela doxorrubicina 3,11,12 .O tocoferol (vitamina E) é um anti-oxidante, também denominado "free radical scavenger", que demonstrou atenuar os efeitos cardiotóxicos provocados pela doxorrubicina Nos últimos anos, estudos demonstraram a viabilidade da perfusão pulmonar isolada de doxorrubicina em modelos experime...