O presente artigo destina-se à apresentação e discussão crítica do performative turn nos Estudos da Performance e do ritual, procurando compreender as relações que a performance pode estabelecer com o político e de forma se pode pensar a performance como modo de documentar/analisar o mundo social. Para tal procurase reerguer um edifício teórico complexo tendo em vista consagrar os Estudos da Performance como um campo que foge a uma focagem definitiva e se define como uma anti-disciplina.
O presente artigo propõe uma análise da dança teatral partindo do binómio performance/política no qual se perspectiva o corpo como lugar privilegiado para a análise do poder, uma vez que um corpo ao dançar posiciona-se sempre politicamente. Para tal, procura-se contextualizar a dança-teatro dos espectáculo Antes que matem os elefantes, da Companhia Olga Roriz, e Eu Sou Mediterrâneo, da Companhia Vidas de A a Z, no seu percurso artístico e analisar as suas linguagens coreográficas e cénicas tendo em vista uma compreensão do corpo que dança como um corpo que sofre as acções das relações de poder, analisando-o como um lugar de tensão e embates que desenvolve articulações com a memória e esquecimento num jogo sensório-corporal, falando-se do corpo como arquivo e como lugar de memória e resistência e perspectivando-o como um lugar privilegiado para a análise do poder.
Resumen Este artigo procura compreender, através do trabalho artístico de Gonçalo Mabunda, como o Núcleo de Arte de Maputo leva a cabo uma «reciclagem» e reprodução dos ícones de guerra, de forma a criar toda uma produção identitária baseada na memória histórica. Debruço-me sobre a forma como as esculturas podem abrir espaço a um lugar de memória liminar que permite a negociação de significados e mnemónicas associadas à Guerra Civil, espelhando contra-memórias coadas pela experiência pessoal do artista. Analisa-se a capacidade expressiva e simbólica da linguagem escultórico-performativa enquanto comunicadora de significados sociais e políticos, e como forma de mise-èn-scene do «drama social».Palabras clave: Escultura; performance; resistência; memória. AbstractThis article seeks to understand, through the artwork of Gonçalo Mabunda, as the Maputo Art Center carries out a 'recycling' and reproduction of war icons in order to create an entire identity production based on historical memory. I lean over on how sculptures can make room to a place of memory injunction allowing the negotiation of meanings and mnemonics associated with the Civil War, mirroring countermemories strained by the artist's personal experience. It analyzes the expressive and symbolic capacity of sculptural-performative language as communicator of social and political meanings, and as a form of mise-èn-scene of "social drama". Cravos, em 1974(Ribeiro, 2014. Contudo, a bipolarização ideológica que decorreu da Guerra Fria conduziu a posicionamentos por parte dos governos africanos que se encontravam em processo de descolonização, sendo que a FRELIMO, por ter incorporado um sistema político de cariz colectivista, típico dos países socialistas do Leste Europeu, manteve-se isolada dos restantes processos de independência. Isto resultou em que as práticas governamentais adoptadas pela FRELIMO causassem inconvenientes aos restantes governos africanos, sendo que a situação se agrava quando a FRELIMO concede apoio e asilo político a guerrilheiros pró-Zimbabue na Rodésia do Sul, o que origina uma retaliação por parte do país vizinho que reúne ex-soldados moçambicanos que manifestavam uma ideologia política contrária à da FRELIMO e formam a Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO). As investidas da RENAMO levam a uma longa Guerra Civil que apenas culmina em 1992 (Idem).Durante a Guerra Civil, Moçambique vê destruída uma grande parte das suas infraestruturas económicas e sociais. Mas, apesar do conflito ter afectado o comercio rural, a população permanece predominanatemente rural e a economía do país continua a assentar marioritariamente na agricultura (80% do sector económico), atendendo a que a industria manufactureira, desenvolvida durante o sistema colonial, apresentava uma base frágil que, também com a Guerra Civil, perifèria Número 21(1), junio 2016
O presente artigo propõe uma análise da dança-teatro partindo do binómio performance/política no qual se perspetiva o corpo como lugar privilegiado para a análise do poder. Para tal recorre-se aos espectáculos Antes que matem os elefantes, da Companhia Olga Roriz, e Eu Sou Mediterrâneo, da Companhia Vidas de A a Z, no seu percurso artístico e analisa-se as suas linguagens coreográficas e cénicas tendo em vista uma compreensão da performance como um lugar de tensão e embates que desenvolve articulações com a memória e esquecimento num jogo sensório-corporal. Empreende-se, assim, uma análise à política do chão como modo de compreender a performance da violência nos corpos "sem órgãos" das Companhias Olga Roriz e Vidas de A a Z, interpretando o chão em que se dança/interpreta como espaço que propõe uma arqueologia da violência sobre os corpos, transformando-os num microcosmo da guerra. O corpo é aqui entendido enquanto um "arquivo" do conflito sírio que permite recuperar as "versões fracas" através da libertação de "fantasmas" assumindo-se enquanto micro-resistência.
O presente artigo visa analisar a instrumentalização do Teatro de Revista português com vista à resistência e agência social. Analisa-se a relação entre o artístico e o político à luz dos conceitos de agência social e resistência política. Neste sentido refletir-se-á sobre a poética dramatúrgica como instrumento de resistência, através da análise discursiva, e colocar-se-ão as rábulas socio-políticas no centro da discussão dos conceitos de heterotopia de resistência e poesia do espaço. Ir-se-á, inclusive, pôr em evidência o que leva a que os grupos subalternos assumam estas agências culturais. Este artigo serve-se de uma metodologia qualitativa para compreender todas estas questões, cruzando teoria e empiria.
O presente artigo parte de uma investigação em artes sobre o espectáculo No Kahlo para evocar o lugar da performance contemporânea enquanto lugar por excelência da incorporação de imagens, questionando e compreendendo o conceito de hibridismo e micro-história da arte; bem como a teoria Nietzschiana da morte de Deus, associada ao pós-Modernismo e ao advento do «fim da arte» através do seu cruzamento com a teoria da imagem na aceção de Jean Pierre Vernant, que reivindica um entendimento da imagem enquanto parte igualmente composta por «pictura» e «imago», resgatando assim os conceitos de «matéria-fantasma» e «cripto-história da arte».
scite is a Brooklyn-based startup that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2023 scite Inc. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers