RESUMO: Na sociedade atual, inúmeros produtos e conteúdos midiáticos, apropriados e reelaborados criativamente pelas crianças em processos de interação com os pares e com os adultos, integram as chamadas culturas da infância. Dentre esses produtos culturais, as séries de animação veiculadas pela TV (aberta ou fechada) participam, com destaque, das experiências cotidianas das crianças. O objetivo deste artigo é apresentar a primeira parte dos resultados de uma investigação que buscou compreender os modos como as crianças assistem, interagem e significam as séries de animação. A pesquisa foi realizada no âmbito da investigação qualitativa e participativa, por meio de uma análise microssocial, de cunho interpretativo, integrada à área da Sociologia da Infância a qual se conjugou de forma interdisciplinar com os Estudos Culturais Latino-americanos da área da Comunicação. Realizada com um grupo de estudantes de nove e dez anos, a pesquisa examinou o ponto de vista das crianças a partir da utilização de estratégias metodológicas diversificadas que envolveram observação participante, entrevistas em pequenos grupos e oficinas de trabalho. Os resultados obtidos revelam, dentre outros aspectos, que as crianças não assimilam simplesmente ao que assistem como meras espectadoras passivas. Em multiconectividade com outras mídias, elas participam de um processo ativo, interativo e dialogal, sempre relacionado ao contexto sociocultural em que estão inseridas. Eles permitem apontar também a grande responsabilidade (nem sempre percebida ou reconhecida) envolvida na produção de conteúdos e produtos midiáticos para as crianças, de um modo geral, e, em particular, das séries de animação voltadas ao público infanto-juvenil.
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa realizada com um grupo de crianças entre 7 e 9 anos, na cidade de Belo Horizonte, MG, cujo objetivo foi compreender, a partir dos seus pontos de vista, como foram as experiências cotidianas no contexto pandêmico provocado pela COVID-19. A investigação contou com estratégias metodológicas que envolveram a criação de espaços de narrativas, nos quais as rodas de conversa e as produções multimodais ganharam destaque, permitindo compreender como as crianças lidaram com o tempo das incertezas, dos medos, como se sentiram e compreenderam a complexidade da realidade vivida, como se relacionaram com as escolas e reorganizaram seus mundos.
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