Este artigo busca, com base na revisão da literatura, articular o conceito de resiliência com questões da realidade de vida de pessoas portadoras de HIV/AIDS. Em especial, será enfatizada a análise dos fatores de proteção tradicionalmente descritos como promotores de resiliência (características individuais e rede de apoio social e afetiva). Os estudos revisados revelam que existem importantes fatores de proteção, que contribuem para a saúde e bem-estar dos portadores de HIV/AIDS, entre eles o enfrentamento cognitivo e a aceitação da infecção; a participação da família no tratamento e como fonte de apoio afetivo; o papel das organizações governamentais e não-governamentais e a religiosidade. Acredita-se que a compreensão da resiliência como uma "capacidade do ser humano de superar adversidades" é essencial ao entendimento da infecção e tratamento de pacientes com HIV/AIDS. Isso contribui para acabar com o estigma e preconceito em relação à doença e aos seus portadores. Essa perspectiva desmistifica a questão de que bem-estar e qualidade de vida são estados contraditórios à vida das pessoas infectadas, além de contribuir para a elaboração de novas perspectivas de prevenção e tratamento da infecção por HIV/AIDS.
O presente estudo objetivou investigar a forma como os usuários dos serviços públicos de saúde em Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, "dão sentido" à sua situação de "paciente", interessando basicamente três aspectos: (1) a avaliação dos serviços recebidos; (2) a consciência de seus direitos como pacientes e seu papel na melhoria desses serviços; (3) as expectativas com relação ao encontro com o profissional de saúde. Os resultados apontam para as inúmeras deficiências encontradas no setor saúde e para a passividade e resignação da população em face do quadro atual. Reflete-se, ainda, sobre a necessidade de se valorizar a subjetividade do usuário, bem como sobre a relação profissional-paciente/cliente como um momento importante no processo de "humanização" das práticas de saúde. Esse reconhecimento deve possibilitar a construção, pelo usuário, de uma consciência crítica acerca de seus direitos e do seu papel como agente de mudanças no sistema de saúde.
Resumo: Este estudo teve como objetivo descrever as características da vítima, da violência, do agressor e do atendimento recebido por mulheres (12 anos acima) em um hospital da rede pública de Fortaleza-CE entre 2010 e 2013. Buscou-se, ainda, identificar as consequências da violência e o desfecho da gestação (continuidade ou interrupção), além de realizar uma análise comparativa das vítimas adolescentes e adultas. Elaborou-se um formulário específico de investigação (36 questões), preenchido com base em três formulários utilizados no hospital. No total, foram analisados 112 formulários, dos quais 51 pertenciam a adolescentes e 61 a adultas. Os dados foram analisados por meio de estatísticas descritivas e inferenciais no Statistical Package for Social Science -SPSS, versão 19. As vítimas eram em sua maioria adultas, de raça/cor parda, heterossexual, solteira e estudante. A violência sexual mais praticada foi o estupro e por agressor desconhecido por parte das vítimas. A gravidez foi a consequência da violência sexual mais frequente, tendo as mulheres adolescentes mais vezes optado pela continuidade da gestação. A evolução do atendimento não ficou clara em muitos casos, devido à fragilidade de preenchimento das fichas analisadas. Ressalta-se a importância do estudo que, ao incluir diversas perspectivas acerca da violência sexual (vítima, violência, agressor e atendimento), pode contribuir para a elaboração e estruturação de políticas públicas.
Exposure to developmental risks in three domains~community, economic, and family!, and relations between risks and psychosocial well-being, were examined among 918 impoverished Brazilian youth aged 14-19 M ϭ 15.8 years, 51.9% female! recruited in low-income neighborhoods in one city in Southern Brazil. High levels of developmental risks were reported, with levels and types of risks varying by gender, age, and~to a lesser extent! race. Associations between levels of risks in the various domains and indicators of psychological~e.g., self-esteem, negative emotionality! and behavioral~e.g., substance use! adjustment differed for male and female respondents. Findings build on prior research investigating the development of young people in conditions of pervasive urban poverty and reinforce the value of international research in this endeavor.
Resumo: Este artigo teve como objetivo investigar a ambiguidade quanto à (in)visibilidade das vivências homoparentais femininas no cenário brasileiro: situações em que o preconceito se revela com crueldade; e, por outro lado, situações em que as mulheres superam esta discriminação e assumem as suas orientações afetivo-sexuais, bem como o projeto de ser mãe. Foram entrevistadas quatro mulheres que se assumem como lésbicas e têm filhos e a entrevista aberta foi o instrumento utilizado para colher os dados. A análise de conteúdo das entrevistas evidenciou que as famílias homoparentais chefiadas por lésbicas vivem um momento paradoxal em relação aos direitos humanos da população LGBT. Por um lado, verificam-se diversas expressões de preconceito e violência homofóbica na vida dessas mulheres; mas, por outro, também são relatadas circunstâncias em que as mulheres superaram esta discriminação e assumem as suas orientações afetivo-sexuais, bem como o projeto de ser mãe. Palavras-chave: Homoparentalidade, Homoerotismo, Lésbica, Preconceito. The (In)Visibility of Female Homoparental Experience: between Prejudice and OvercomingsAbstract: This article had as its aim to investigate the ambiguity related to the (in) visibility of female homoparental experiences in the Brazilian scenario, since situations in which prejudice is revealed with cruelty are accompanied by circumstances in which women have overcome discrimination assuming their affective-sexual orientations and their project of being mothers. We interviewed four women who assume themselves as lesbians and have children. Open interviews were used as a tool to collect data. The interview analysis identified that the female homoeroticism lives a paradoxical moment in relation to the human rights ofLGBT population: at the same time as the indexes of violence that these subjects have to face significantly increase -revealing the desire to make the family, marital and sexual diversities invisible -, several achievements are met and a fuzzy public debate regarding the different ways of loving and existing is happening.
RESUMOO artigo discute o conceito de promoção de saúde e sua relação com as práticas de saúde direcionadas à adolescência em situação de vulnerabilidade social e pessoal. Nas últimas décadas, os crescentes indicadores de morbimortalidade nesse grupo social, sobretudo devido às chamadas causas externas, reiteram a importância de uma maior atenção das políticas de saúde direcionadas à adolescência. Nesse sentido, o artigo expõe as diretrizes do Ministério de Saúde para o atendimento integral à saúde dessa população e ilustra, com o relato de uma intervenção direcionada à saúde de adolescentes em situação de rua, como os princípios de promoção de saúde podem ser colocados em prática. Por fim, sugere-se que a atuação dos psicólogos deve alicerçar-se nos princípios propostos pelo campo da promoção da saúde, tanto em termos de concepção do processo saúde-doença enquanto produção social quanto de objetivo da prática terapêutica -promoção de autonomia, co-responsabilização, empoderamento e conscientização.Palavras-chave: promoção de saúde; adolescência; situação de rua. ABSTRACTThe paper discusses the concept of promotion of health and the relationship with the practices of health addressed to the adolescence in situation of social and personal vulnerability. In the last decades, the crescent indicatives of morbimortality in that social group, above all due to external causes, reiterate the importance of a larger attention of the politics of health addressed to the adolescence. In that sense, this study exposes the guidelines of the Ministry of Health for the integral service to the health of that population and illustrates by the report of an intervention addressed to the adolescents' health in street situation, as the beginnings of promotion they can be put in practice. Finally, suggests that the psychologists' performance must be found in the beginnings proposed by the field of the promotion of the health, so much in terms of conception of the process health-disease while a social production as of objective of the therapeutic practice -autonomy promotion, co-responsibility, empowerment and awareness.Keywords: health promotion; adolescence; street-youth.Durante as últimas décadas, sobretudo, a temá-tica da promoção de saúde tem recebido destaque. A partir de um entendimento ampliado do conceito de saúde, da implementação do Sistema Único de Saúde e das discussões acerca de novas políticas no setor, diversas áreas do conhecimento começam a estruturar suas práticas em torno da prevenção e da promoção de saúde. Tal fato tem ocorrido por se perceber que manter um sistema de saúde centrado em formas de cuidado exclusivamente curativas não viabiliza a melhoria da atenção, não diminui a sobrecarga de atendimentos, e, tampouco, incentiva a população à tomada de decisões em vista de aderir aos comportamentos de saúde.
O artigo apresenta as concepções dos estudantes dos diferentes cursos da área da saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte acerca de aspectos relevantes da sua formação, tais como motivos que levaram à escolha do curso, objetivos e expectativas profissionais e forma como concebem o relacionamento profissional-paciente/cliente. Acredita-se que o processo de formação profissional seja um espaço privilegiado de estudo das idéias, valores e concepções que estão permeando as práticas de saúde. Considera-se, também, que mudanças nas atuais práticas de saúde requerem não somente uma reformulação estrutural do setor, mas também uma auto-avaliação conceitual e ideológica na forma desse futuro profissional pensar o seu fazer. Os resultados apontam para uma formação que tende a negligenciar a complexidade e multideterminação dos fenômenos humanos e a privilegiar os aspectos teóricos e técnicos, em detrimento do contexto humano da atuação profissional.
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