Este artigo visa apresentar resultados de uma pesquisa desenvolvida com acadêmicos indígenas Kaingang e Guarani, que ingressaram na Universidade Estadual de Maringá (UEM), através da Lei Estadual nº. 13.134/2001, que destinou vagas suplementares para indígenas em todas as Universidades Públicas do Estado. A pesquisa está vinculada ao Programa Observatório da Educação Escolar Indígena (OBEDUC), cujo objetivo foi discutir a política educacional para essas populações, com ênfase no ensino superior e os resultados apresentados por esses estudantes com relação à aprendizagem da matemática. Entre as ações desenvolvidas na pesquisa empírica, foi realizado um curso de formação continuada, com a matemática básica, envolvendo tais estudantes, baseado nos pressupostos da Teoria Histórico-Cultural. Os resultados do curso foram analisados com vistas a subsidiar reflexões que pretendem contribuir com a melhoria da aprendizagem de estudantes indígenas nessa área do conhecimento.
Embora os povos indígenas requeiram “educação superior” no Brasil desde o final do século XIX demonstrando seu intenso protagonismo, data dos anos de 1990 a formulação da política de inclusão de indígenas nas universidades públicas. Neste artigo, discutimos trajetórias de resistência, lutas e demandas dos povos indígenas, que resultaram no acesso ao ensino superior, consubstanciado por orientações internacionais e legislações nacionais. Abordamos o papel e presença da mulher nesse processo discutindo dificuldades vivenciadas e ações que empreendem para ingressar e concluir a formação. Com base em estudo documental, pesquisa de campo e dados do programa de inclusão indígena no Ensino Superior do Paraná, conclui-se que as mulheres, mesmo com um histórico de invisibilidade e todas as dificuldades vivenciadas para acessar e permanecer nas universidades distantes das suas famílias extensas, têm obtido resultados relevantes em termos de conclusão dos cursos e ampliação dos seus espaços de atuação e participação.Palavras-chave: Mulheres indígenas. Ensino superior. Protagonismo Indígena.
Estudos sobre a formação de professores indígenas no Brasil mostram que esse processo iniciou-se de forma sistemática a partir da Constituição de 1988. Nos anos de 1990 criou-se a categoria Escola Indígena e esta acaba por exigir a contratação de professores indígenas para atuar com crianças nas diferentes etapas da educação. Este artigo expõe a relação entre a formação de professores indígenas e o ensino de matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Considerando a diversidade cultural dos povos indígenas, enfatizamos a etnomatemática e suas particularidades como entendimento da interrelação dos conhecimentos matemáticos indígenas e os conhecimentos universais. A metodologia adotada pautou-se em estudos teóricos e práticos, uma vez que para o desenvolvimento do artigo houve a proposição de uma oficina pedagógica enfatizando o uso de jogos no ensino dos conteúdos da matemática. A oficina foi desenvolvida no decorrer do programa federal Saberes Indígenas na Escola, em dois momentos, na Universidade e em escolas indígenas, sendo uma escola da etnia Guarani e a outra da etnia Kaingang. Os estudos teóricos evidenciam a necessidade de relacionar os conhecimentos que os indígenas possuem sobre a matemática usada no dia a dia com os conhecimentos definidos no currículo escolar. Com as oficinas pedagógicas os professores indígenas relataram que as crianças indígenas quando brincam e jogam fazem uso da matemática, o que dá sentido para a elaboração de jogos matemáticos já que os mesmos são facilmente encontrados nas brincadeiras. Verificamos que, há avanços na política educacional pautada aos povos indígenas, entretanto, ainda requer uma sistemática permanente de pesquisas, estudos e manutenção de uma política diferenciada, específica, bilíngue e intercultural que garanta os direitos indígenas conquistados na Constituição de 1988.
Resumo: Neste texto, discutimos a política de formação inicial de professores indígenas e as ações desenvolvidas no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência para a Diversidade (Pibid Diversidade) com estudantes indígenas no Paraná. Refletimos sobre as implicações desse programa para a formação intercultural de acadêmicos indígenas, apresentando a política de ação afirmativa implementada no estado com a Lei Estadual nº 13.134/2001. Analisamos a inclusão indígena no Ensino Superior e as contribuições dos estudos e das intervenções pedagógicas sistematizadas, a partir de práticas escolares, para a formação docente de acadêmicos que integraram o Pibid Diversidade. A metodologia configura-se pela abordagem bibliográfica, documental e de campo, com o aporte da Teoria Histórico-Cultural. Os resultados evidenciam a relevância da formação superior em diferentes cursos concomitante ao desenvolvimento de programas interculturais específicos, que articulem discussões epistêmicas, teoria e prática para o empoderamento e a autonomia dos povos indígenas.
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