ResumoNosso objetivo é explorar o modo pelo qual o "jeito" supostamente brasileiro de organizar as categorias ou identidades sexuais (especialmente em relação à homossexualidade masculina) vem sendo tematizado na antropologia desde finais dos anos 1970, transformando-se às vezes num eixo para a construção/manutenção de uma identidade nacional caracterizada como exótica, retardatária e "não-ocidental". Também traçamos paralelos entre dois momentos da reflexão sobre as relações entre sexualidade, cultura e política, procedendo a uma breve revisão de algumas contribuições teóricas e empíricas anteriores que antecipam problemas e conceituações centrais dos atuais estudos de sexualidade, relacionados à instabilidade/fluidez das identidades sexuais e à imbricação da sexualidade em relações de poder e hierarquias sociais dinâmicas e contextuais.
Neste texto discutimos resultados de partes da pesquisa realizada em São Paulo entre 2006 e 2008, dentro do projeto mais amplo, "Relations among 'race', sexuality and gender in different local and national contexts". Comparamos espaços de sociabilidade juvenil reconhecidos como homo e heterossexuais na região do centro histórico da cidade, tendo por fio condutor os modos como marcadores de diferença referidos a cor/raça, classe, gênero e sexualidade operam para classificar frequentadores, numa lógica de produção de sujeitos desejáveis (ou não) e de preferências de parcerias afetivo-sexuais; assim como para ordenar padrões de interação Refletimos sobre os modos e condições em que essas diferenças - que informam e constroem representações de hierarquia e discriminação - são agenciadas por determinados sujeitos em campos específicos de relações, tendo em vista suas trajetórias sociais.
Resumo: Este artigo discute as mudanças e as continuidades na experiência social da homossexualidade masculina e da epidemia de HIV-aids no Brasil a partir da noção de geração. Privilegio dois marcos temporais: dos que vivenciaram a emergência da aids nos anos 1980 e dos que com ela se defrontaram a partir da implementação das terapias antirretrovirais, da segunda metade dos anos 1990 em diante. Para caracterizar o conjunto geracional mais velho, valho-me de resultados de pesquisas qualitativas junto a pessoas que se identificam como “gays” e compartilham uma situação de classe média, com escolaridade elevada, majoritariamente brancos, na faixa etária dos 50 aos 70 anos. Para o conjunto mais jovem, lido com dados de pesquisas com jovens sobre prevenção da AIDS e trago resultados preliminares de uma pesquisa exploratória sobre perfis de soropositivos encontrados em aplicativos de busca por parceiros sexuais. A discussão problematiza a crescente responsabilização individual pela gestão dos riscos e dos cuidados relacionados ao HIV-aids, num contexto de recuo das ações públicas de prevenção e educação.
This essay seeks to contribute to the analysis of the field of socioanthropological studies on sexual and gender diversity in Brazil. It maps issues and approaches that were highlighted in the latest conformation of this field, marked by the critics of "homosexuality' as an encompassing classificatory category and social identity. We are interested in pointing out some conceptual and methodological issues that have been raised as challenges in the context of an extraordinary increase of research on sexuality and gender, as well as increasing politicization of these topics.
Starting by confronting two contrasting images of Brazilianness associated with sexuality, I develop a discussion about the changing theoretical and political meanings that can take on reflections regarding the connections between pleasures and dangers, concerning both feminism and sexual and gender diversity issues. I try to explore the constant and productive tension between these contradictory ideals as narratives, which are effective in constructing social ways of understanding and experiencing gender and sexuality.
Youths living in crowded impoverished urban areas face higher risk of infection by SARS-CoV-2. This article presents lessons learned from a preventive intervention project intersected by the COVID-19 crisis that moved from a mix-methods study design to online ethnography. The 'home-officed' research team e-witnessed high-school students' daily lives and collaborated in youths' and community-based organisations' responses in the territories where they study and live. Psychosocial distress increased, also driven by the disastrous governmental response to the health and economic crises. There was growing anxiety about meeting friends and dating, with structural limits for sustaining the recommended social distancing, which added to gender/sexualitybased violence. Simultaneously, we observed students becoming relevant actors through co-producing preventive practices, surpassing risk-group notions and combining SARS-CoV-2 prevention with sexuality, gender, racism and mental-health issues. They managed internet-mediated applications to promote critical thinking and collective actions aimed at health promotion among their peers, from their homes. Freire's concept of 'untested-feasibility' fostered researchers', students' and community leaders' imaginations in the face of this unprecedented crisis, thereby enhancing social responses to the epidemic to become rights-based comprehensive dialogical preventive activities. This ongoing intervention-research stresses how prevention sciences can go beyond reduction of this pandemic to a viral event.
A Síndrome de Burnout e a má qualidade do sono têm se propagado com mais facilidade entre técnicos de enfermagem. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência da Síndrome de Burnout e a qualidade do sono em técnicos de enfermagem. Essa pesquisa foi realizada com 47 técnicos de enfermagem, com trabalham no plantão noturno. Foram aplicados os questionários: 1 socioeconômico, 2 MBI - Maslach Burnout Inventory e 3 PSQI - Pittsburgh Sleep Quality Index. Com base nos inventários utilizados, 16,33% apresentaram possíveis sinais e sintomas de Burnout, 61,73% alto índice para manifestação de Burnout, enquanto 21,93% apresentaram baixo índice para esta patologia. Em relação à Qualidade de Sono no último mês, 74,4% apresentaram uma má qualidade de sono e 25,5% uma boa qualidade de sono. A ocorrência de Burnout e a má Qualidade de Sono na população pesquisada foi elevada, possivelmente em função dos horários em turno noturno, bem como jornadas de até três turnos de trabalho em busca de salários mais satisfatórios. Conscientizar a importância do sono e de hábitos que reduzam o estresse é a saída para amenizar os efeitos colaterais na vida pessoal e profissional.
scite is a Brooklyn-based startup that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.