Revista Brasileira de Farmacognosia
2002de sequestrar íons metálicos, principalmente ferro, essenciais ao desenvolvimento de microorganismos 4 . Adicionalmente, os taninos possuem elevada atividade antioxidante decorrente da inativação de radicais livres. O presente trabalho, teve como objetivo avaliar a ação dos extratos bruto etanólicos das cascas do S. adstringens e do C. brasiliensis, na concentração de 400 ppm, sobre a parasitemia, na fase aguda da infecção, após a inoculação in vivo de camundongos pela cepa Y do T. cruzi.
Material e MétodosTrinta camundongos (BALB/C, fêmeas, peso 20 g), foram infectados por via intraperitoneal com 1x10 4 formas tripomastigotas da cepa Y do T. cruzi. Após 24 h da infecção, os camundongos foram divididos em 3 grupos. Dois desses foram tratados com 0,1 ml dos extratos das cascas do S. adstringens e C. brasiliensis, respectivamente, na concentração de 400 ppm. O terceiro (controle) foi tratado com 0,1 ml de solução salina. Os grupos foram inoculados por via intragástrica com dose única diária durante dez dias. A avaliação de parasitemia foi efetuada em intervalos de 48 h, após inoculação dos parasitos até a morte dos animais, utilizando-se a técnica de Brener 1 .Nas primeiras 48 h não foi observado aumento significativo da parasitemia. A partir do 4 o dia, o grupo tratado com extrato de S. adstringens apresentou uma parasitemia de 2,9x10 5 parasitos/ml de sangue, contrastando com a parasitemia do grupo controle (9,47x10 5 parasitos/ml de sangue). No 6º dia de infecção, o grupo tratado obteve níveis de 9,0x10 5 parasitos/ml, enquanto o grupo controle demonstrou uma parasitemia de 18,45x10 5 parasitos/ml. No 8º dia, o grupo tratado com S. adstringens apresentou um pico de 30,45x10 5 parasitos/ml, em relação ao grupo controle (70,97x10 5 parasitos/ml). No 10 o dia, os grupos tratados com os extratos apresentaram uma parasitemia mais baixa que o controle, seguido, no dia posterior, por uma taxa de mortalidade de 100% dos camundongos dos dois grupos. Com o extrato de C. brasiliensis observou-se, no 8 o dia, uma diminuição significativa da parasitemia em camundongos tratados (33,4x10 5 parasitos/ml) frente ao grupo controle (Figura 1)