Resumo: O artigo objetiva refletir sobre as concepções de gênero, poder, multiplicidade e multiculturalismo, em María Lugones, analisando o modo como sua teoria se associa ao pensamento pós-colonial. Para tanto, aborda a perspectiva do pensamento pós-colonial e a noção de colonialidade do poder, considerando o sistema moderno/colonial de gênero. As teorias pós-coloniais criticam o paradigma epistemológico do Ocidente e a hierarquização baseada na distinção entre humanos e não humanos, colonizador e colonizado. Em sua análise do sistema moderno/colonial, María Lugones introduz a ideia de gênero na reflexão acerca das relações de poder. A teoria de Oyèronké Oyӗwùmí é uma referência para María Lugones, que desenvolve uma concepção de intersecção de raça, classe, gênero e sexualidade, propondo um feminismo decolonial baseado na identificação de formas de resistência e coalizão para emancipação.
RESUMO O texto propõe um estudo comparativo sobre as políticas educacionais referentes ao reconhecimento da diversidade cultural em Portugal e no Brasil. A análise das políticas associadas à diversidade cultural na educação em Portugal e no Brasil é delimitada no período de 1990 a 2018. Essas políticas têm uma correlação com um contexto mais amplo, em um nível mundial, tendo em vista que são influenciadas por órgãos multilaterais. O estudo se baseia em pesquisa documental, na teoria da justificação e na sociologia pragmática, considerando discursos de docentes e discentes de escolas em Portugal e no Brasil. A análise mostra aproximações e distanciamentos entre os dois países na implementação de políticas educacionais voltadas para o reconhecimento da diversidade cultural, a partir do período delimitado para estudo.
O artigo analisa a percepção de docentes de escolas públicas de Mossoró/RN acerca da reeducação das relações étnico-raciais no período pós-lei 10.639/2003. Fundamenta-se principalmente nas Diretrizes Curriculares Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana e em autores como Madeira (2020), Munanga (2005), Gomes (2001) e Gomes (2008). O corpus de análise é composto por fragmentos extraídos de entrevistas semiestruturadas feitas com nove docentes da rede estadual da cidade de Mossoró/RN. As análises pontuam que os docentes concebem a importância da efetivação de relações étnico-raciais positivas na escola, mas enumeram alguns obstáculos, como a ausência de formação adequada e os impactos de um currículo ainda matizado por um viés racial homogeneizante.
Profissionais de duas escolas, uma portuguesa e outra brasileira, foram postos à prova da inclusão escolar a propósito das suas considerações sobre a maneira como se expressam índices culturais múltiplos nas suas escolas. Como é que essas manifestações culturais coabitam no decurso da escolarização levada a cabo na escola? Que indícios apresentam quando confrontados/as com públicos diversos matriculados na sua escola? Como examinam as convivências entre uns e outros nas atividades proporcionadas pela escola? Como incluem nas aprendizagens os lados tangíveis das expressões culturais no plural? Dando conta dos questionamentos levantados por estes/as profissionais, o artigo mostra como os conceitos de multiculturalismo, interculturalidade e diversidade cultural são ressignificados nas linhas mestres das políticas e ações públicas no Brasil e em Portugal. E a partir desta exploração analítica observar como estas linhas são interpretadas nestas escolas pelos/as profissionais. Para finalmente alargar o questionamento destes conceitos às controvérsias levantadas por cientistas da área da educação que as suscitam a propósito dos intentos públicos manifestados por múltiplas equipas que têm governado a educação nestes países.
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