O presente texto tem como tema a questão das emoções na literatura a partir de uma perspectiva filosófica. Ainda que tradicionalmente desprezadas na filosofia, uma incursão pelos estudos de estética nos mostra que ela, literatura, pode ajudar a entender filosoficamente as emoções a partir de, pelo menos, três aspectos: como recalibração, como compreensão e como clarificação. A partir desta construção conceitual, analisaremos as emoções presentes na tragédia Otelo, de Shakespeare.
O artigo analisa a constituição das sonoridades musicais típicas da fronteira entre Uruguai, Argentina e Rio Grande do Sul (Brasil). O estudo trabalha com a hipótese de que a referida região de fronteira é um espaço histórico e peculiar, marcado por características climáticas (frio e vento), geográficas (pampa) e econômicas, modos de vida, condições psicológicas (isolamento e melancolia) e encontros culturais que impulsionaram processos híbridos capazes de gerar sonoridades específicas, destacando-se, de modo especial, a milonga.
O conceito de “sentimentalismo” é normalmente associado a emoções ternas, reconfortantes e suaves, como pena, simpatia, afeto, cuidado, compaixão e carinho. Boa parte das abordagens filosóficas usa o termo “sentimentalismo” para avaliar a experiência com certos tipos de literatura ou objetos kitsch. Nessas abordagens, o sentimentalismo é compreendido como declínio moral ou falha de sensibilidade estética, afetando nossa capacidade de fazer julgamentos razoáveis. Considerando isso, o artigo objetiva demostrar que as críticas levantadas contra o sentimentalismo formam uma “visão padrão” que é simplista e baseada em preconceitos advindos da linguagem filosófica. Ao mesmo tempo, aponta que a condenação do sentimentalismo é um comportamento sentimentalista de segunda ordem. Examina também como, na literatura contemporânea (exemplificada pela segunda fase da obra de Clarice Lispector), o kitsch e o sentimentalismo são utilizados como categorias decisivas para entender a complexidade da condição humana.
Na visão histórica de Clemente Greenberg, o modernismo é caracterizado pelo “purismo”, ou seja, pela recusa de agentes contaminantes na constituição das formas específicas de arte. O kitsch, no polo oposto, representa o conjunto dos elementos recusados pela opção modernista. Com base neste cenário, o artigo examina brevemente a história do kitsch, desde seu aparecimento nas “vitrines” (século XIX), destacando seus efeitos sentimentalistas. A hipótese da argumentação é que tanto o kitsch quanto o sentimentalismo representam pontos cegos do projeto modernista na compreensão da complexidade do ser humano.
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