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Introdução: A vasa prévia (VP) é uma condição obstétrica caracterizada pela inserção anômola do funículo umbilical fetal. Consequentemente, tem-se a anteriorização dos vasos fetais em relação à sua apresentação no seguimento uterino inferior. É uma condição rara, que acomete 1 a cada 2.500 gestantes, podendo ocasionar graves complicações. O diagnóstico precoce por meio da ultrassonografia (USG) durante o pré-natal é o principal método para prevenir intercorrências na gestação. Objetivo: Este trabalho visou salientar a importância do seguimento obstétrico e a realização da USG para identificação precoce dessa condição, além de disponibilizar as atualizações sobre o manejo proposto por diferentes entidades da área. Material e Métodos: Realizou-se uma revisão sistemática da literatura nas bases de dados PubMed, Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e UpToDate. Foram selecionadas as publicações que abordaram o diagnóstico, o prognóstico e a conduta nessas alterações, no período de 2011 a 2020. Priorizaram-se os artigos recentes e coerentes com a prática médica atual, com o maior nível de evidência, além dos consensos de sociedades médicas. Resultados e Conclusão: Diante desse cenário obstétrico, definem-se dois tipos de VP. O primeiro decorre da disposição dos vasos fetais desprotegidos entre placenta e cordão umbilical, que se encontram sobre o colo uterino ou próximo a ele. O segundo ocorre quando a placenta é lobulada e os vasos fetais que conectam os lobos se encontram próximos ao colo uterino. Entre os fatores de risco, pode-se citar: placenta prévia, cesariana anterior, cirurgia uterina prévia, lobulação placentária, gestação por fertilização in vitro e gestação múltipla. Em função da vulnerabilidade na disposição dos vasos fetais, a principal complicação decorre da sua ruptura, ocasionando desde hemorragia exacerbada à morte fetal, ou mesmo comprometimento da circulação fetal em caso de pressão mecânica sobre eles. Com o avanço na qualidade diagnóstica da USG de rotina durante o pré-natal, facilitou-se o diagnóstico precoce, o que possibilitou intervenção adequada com cesariana eletiva entre 34 e 36 semanas e garantiu aumento da sobrevida fetal. Além disso, a detecção prévia dessa afecção diminui a necessidade de assistência de urgência ao recém-nascido. Para tanto, o manejo do quadro clínico da gestante deve ser individualizado e baseado em condutas atualizadas e com alto nível de evidência. Diante das variadas complicações da VP, torna-se necessária a suspeição pelo médico diante de sinais clínicos, como sangramento vaginal associado à bradicardia fetal para intervenção adequada. Inclusive, é fundamental a adesão das gestantes às consultas de pré-natal, incluindo seguimento ultrassonográfico, assim como a realização dos exames de rotina preconizados, com o intuito de se diagnosticar precocemente tanto essa condição quanto outras e prolongar a gestação o maior tempo possível.
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