(Obs.: as informações contidas neste artigo não refletem necessariamente o que o IBGE pensa sobre o assunto abordado.)Resumo: o presente artigo tem como objetivo socializar e analisar dados referentes à redução de matrículas e à relação entre demanda e oferta de Educação de Jovens e Adultos (EJA) no estado do Rio de Janeiro. A partir da base de dados sobre os indicadores, o texto desenvolve análises acerca das políticas públicas implementadas nos últimos anos para essa modalidade da educação básica. Tais informações e discussões se originam de três pesquisas que, a partir de diferentes bases empíricas, e apoiadas na teoria social crítica, analisam esses fenômenos em recortes espaciais diversos, com foco em diferentes aspectos. Sendo assim, encontram-se presentes no texto questões relativas à diminuição de matrículas do ensino médio na modalidade EJA em municípios fluminenses, à dimensão espacial da relação entre oferta e demanda por escolarização de jovens e adultos na cidade do Rio de Janeiro e aos processos de redução da oferta de EJA de nível fundamental em um município localizado no leste metropolitano do estado. Como resultado de suas análises, as pesquisas apontam para o grave quadro de redução de matrículas e para o descompasso entre demanda e oferta, situação que reitera a negação do direito à educação para jovens e adultos trabalhadores. Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Políticas Educacionais. Direito à Educação.Abstract: the present article aims to socialize and analyze data concerning enrollment decline, as well as the relation between in supply and demand in Youth and Adult Education (Educação de Jovens e Adultos -EJA) in Rio de Janeiro. Based on this data, the text allows the development of reflections about public policies deployed lately for this modality of scholarship. Such information and discussion come from three empirical researches supported by social critical theory, which analyze these phenomena in a number of geographic locations, focusing on different aspects. Thus, the present work encloses questions concerning enrollment decline in high school for EJA modality in Rio de Janeiro municipalities, geographical relation between supply and demand for youth and adult scholarship in the city of Rio de Janeiro (capital of the state), and processes of supply decline for elementary level EJA in a town east of the state. As results, the present research illustrate the grave situation of enrollment decline and the mismatch between supply and demand, which reinforces the alienation of the right to education for working youth and adult.
O principal objetivo do presente artigo é refletir sobre a perspectiva histórica da Educação Popular na Educação de Jovens e Adultos em escolas públicas. Para tanto, a partir da teoria social crítica e com base em documentos originais, fontes secundárias e orais, o estudo analisa o contexto histórico e as particularidades da implantação e funcionamento inicial do Programa de Educação de Jovens e Adultos (PEJA) da rede municipal do Rio de Janeiro. O PEJA surge, nos anos 1980, como política educacional voltada para a alfabetização de jovens de 14 a 20 anos fundamentada nos preceitos da pedagogia freiriana e sua trajetória se configura como importante referência para reflexões relativas aos desafios e possibilidades na construção de uma escola pública de base popular.
A maior parte das pesquisas geográficas relacionadas à educação está associada às investigações sobre o ensino da Geografia Escolar. No entanto, há um número crescente de publicações que enuncia a emergência de uma nova tendência. Referimo-nos à Geografia da Educação (GdE), cujo objeto de análise é o papel da espacialidade nos temas educacionais. Ocupa-se com tópicos que envolvem práticas, objetos e arranjos espaciais relativos à educação. Por ter natureza interdisciplinar, é coerente ver nos trabalhos em GdE a busca por aportes das ciências educacionais, uma associação que mobiliza olhares, recortes e escalas que escapam das abordagens mais habituais. Contudo, no caso brasileiro, as produções encontram-se esparsamente localizadas. A escassez de compilados em língua portuguesa é reveladora de uma demanda. É diante desse cenário que a Giramundo apresenta o presente número, especialmente dedicado à divulgação da Geografia da Educação. A primeira publicação desta natureza no Brasil. O caminho que nos trouxe até aqui inicia com a realização do Seminário Geografia da Educação, em dezembro de 2017, pelo Laboratório Território e Cidadania e pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia na UFRJ. A segunda edição foi realizada dois anos depois no Colégio Pedro II. Na ocasião o evento foi organizado pelo curso de Especialização em Teorias e Práticas da Geografia Escolar (TPGE-CPII) em conjunto com a Faculdade de Educação da UFRJ. A presente edição da Giramundo se assume como um registro, ainda que fragmentário, dessa segunda edição do evento, por ser parcialmente formada pelas produções lá apresentadas. São reunidos nesta edição um total de nove artigos, uma entrevista, uma nota e uma resenha. Acreditamos haver aqui uma imagem mínima do atual estado da arte de uma Geografia da Educação no Brasil. A tematização proposta busca, por um lado, localizar o leitor sobre o que queremos dizer quando falamos sobre Geografia da Educação, e, por outro, apontar para abordagens, recortes e objetos mais recorrentes na bibliografia até aqui produzida. Se as suas escolhas seguiram uma ordem temática, consideramos que um bom modo de apresentação seria reproduzir a mesma orientação. O texto que abre a revista e a resenha que a encerra constituem, juntos, um primeiro eixo. São dois formatos distintos que se avizinham pelo esforço de apresentação e identificação do campo. Este é o objetivo do artigo "Por que falar sobre Geografia da Educação?", escrito por Enio Serra, professor da Faculdade de Educação da UFRJ, e Marcus Vinicius Gomes, professor do Colégio Pedro II. Seus dois autores indicam os principais aspectos da produção do ramo, entendendo que esse esforço pode auxiliar 3
Há 20 anos, as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação de Jovens e Adultos (DCN-EJA) normatizam o funcionamento da EJA enquanto modalidade de ensino nos seus mais diferentes aspectos, dentre os quais o currículo escolar. Ao longo desse período, políticas curriculares nacionais foram elaboradas a partir das diferentes orientações políticas que se revezaram no poder. Quais concepções de EJA marcaram essas políticas? Que compreensões traziam a respeito do currículo escolar? Guiado por essas indagações, o presente artigo tece considerações acerca de legislações e propostas curriculares da EJA, tendo como foco as mudanças e permanências que caracterizaram o período em questão. Tomando como base teórico-metodológica o conceito de Estado ampliado cunhado por Gramsci, percebe-se, ao final da análise, o quanto o processo de formulação dessas políticas deve ser compreendido como expressão dos sentidos de EJA em disputa na sociedade.
O presente texto expõe algumas reflexões sobre a abordagem geográfica na análise de indicadores educacionais que giram em torno da escolarização de ensino fundamental de jovens e adultos trabalhadores na cidade do Rio de Janeiro. O principal objetivo do estudo é coletar informações referentes ao atendimento e à demanda por cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e analisar a maneira com que os dados se apresentam no espaço geográfico da cidade. Como procedimento metodológico, foram utilizados os dados da amostra do censo demográfico de 2010 relativos à instrução de pessoas com 15 anos ou mais e a partir deles criado o indicador Demanda Potencial para a Educação de Jovens e Adultos – Ensino Fundamental (DPEJAF). Tal indicador foi mapeado com base no recorte da população em três faixas etárias: 15 a 29 anos, 30 a 59 anos e acima de 60 anos. Nos mapas produzidos foram também localizadas as escolas municipais que oferecem a EJA, permitindo, assim, a comparação entre a necessidade de atendimento ao direito à educação e sua oferta por parte do poder público. Como principal resultado, constata-se que o número de escolas não atende à necessidade apontada para todas as faixas etárias levantadas. Junto a isso, evidenciou-se a importância de se aprofundar a análise geográfica não só na interpretação do indicador, mas principalmente na compreensão das características intraurbanas e sua relação com a implementação de políticas públicas relativas à EJA.
All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International license.Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribição 4.0.Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento 4.0.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2023 scite Inc. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers