Trata-se de um artigo de revisão bibliográfica e análise documental sobre as experiências de educação em saúde nos serviços, baseadas na educação popular em saúde e do seu potencial em desenvolver a integralidade das ações no âmbito da atenção básica. É discutida a forma como a educação em saúde vem sendo trabalhada pelos serviços e as dificuldades para que possa contribuir para a construção de uma atenção realmente integral à saúde. As ações de saúde são entendidas como ações educativas em que, tanto profissionais como usuários aprendem e ensinam, numa construção dialógica do conhecimento. Desta forma, a atenção ao individuo também faz parte das reflexões discutidas no texto, tanto no que se refere à postura dos profissionais quanto ao respeito ao saber popular e à busca da terapêutica mais eficaz pelos usuários. A partir da revisão, é proposta uma sistematização de programas de ação e atividades que podem compor uma proposta de educação popular em saúde para os municípios.
ResumoO presente texto faz uma avaliação das noções de promoção da saúde e de empowerment ao problematizar os princípios que integram a cultura da saúde públi-ca e orientam as propostas de políticas públicas formuladas especialmente para os chamados países "em desenvolvimento". Analisa-se particularmente empowerment, usualmente visto como uma forma de promoção individual e coletiva (comunitária, social) da saúde de grupos em situação de maior vulnerabilidade social. Examina-se esta proposta à luz da crise do Estado de Bem-Estar Social e de sua superação, pela via neoliberal, nos anos da década de 1980, com destaque para as mudanças na apreensão conceitual e moral da realidade do capitalismo, em particular da polí-tica social, desde então pautada pelo princípio da equidade, em oposição ao da universalidade. A adoção deste princípio pela Organização Mundial da Saú-de integra a cultura dominante no setor da saúde que é, contudo, pouco reflexiva, fortemente tecnicista e normativa. Construir uma nova cultura capaz de reconhecer o saber comum, incorporar as experiências sociais, apoiar as lutas reivindicativas e expressar a saúde como direito universal são os desafios propostos pelos autores.
Este artigo busca caracterizar as diferentes formas de mediação presentes no cotidiano do trabalho do agente comunitário de saúde - elemento inovador no quadro funcional da Estratégia Saúde da Família - , as quais oscilam entre o convencimento e a transformação. Considera que a função mediadora desempenhada pelos agentes pode ser de grande importância na mudança do modelo assistencial, na medida em que assuma um caráter transformador, e entende a educação popular como um caminho para o fortalecimento desta forma de mediação e para a mudança do modelo assistencial. O estudo possibilitou o conhecimento das práticas dos agentes comunitários de saúde e permitiu apontar questões consideradas fundamentais para que o modelo assistencial possa corresponder às necessidades e expectativas da população e se aproximar dos princípios de integralidade, eqüidade, humanização e participação popular.
Objetivo construir uma definição conceitual para o processo intensificação do trabalho e saúde do trabalhador enquanto um objeto de estudo. Métodos a abordagem teórica baseia-se no materialismo histórico que, na Saúde Coletiva/Saúde do Trabalhador, encontra sua expressão na determinação social do processo saúde-doença. A discussão se apoia na recente produção de conhecimento científico sobre essa problemática estruturada em dois eixos: intensificação do trabalho e intensificação do trabalho e saúde dos trabalhadores. Discussão a análise mostrou que a intensificação do trabalho está implicada em práticas de exploração como o prolongamento da jornada, o intenso ritmo de trabalho e a administração por estresse e, ao mesmo tempo, de expropriação do saber do trabalhador pela gerência, isto é, de suas capacidades físicas, psíquicas e intelectuais. Esses processos determinam uma pluralidade de agravos à saúde e na manifestação do desgaste e do sofrimento difuso dos trabalhadores. Conceitualmente, o objeto intensificação do trabalho e saúde do trabalhador pode ser definido e estudado nas práticas específicas de exploração e expropriação do saber do trabalhador tendentes a enfraquecer sua capacidade coletiva para proteger a saúde e para questionar as determinações dos problemas e agravos à saúde.
ResumoNa sociedade contemporânea, a intensificação do trabalho representa, cada vez mais, um mal-estar, manifesto em problemas de saúde dos trabalhadores. Como problemática da Saúde Coletiva/Saúde do Trabalhador, o objeto "intensificação do trabalho e saúde" pode ser estudado nas práticas específicas de exploração e expropriação do conhecimento técnico e social do trabalhador tendentes a confrontar sua capacidade coletiva, visto que o enfraquecimento da dimensão coletiva está a desencadear múltiplas manifestações de sofrimento e penosidade no trabalho. Neste estudo, analisamos o processo de intensificação do trabalho e saúde a partir da percepção dos trabalhadores da Mercedes Benz do Brasil, em São Bernardo do Campo. Realizamos sete visitas à fábrica e vinte e nove entrevistas: vinte e duas com trabalhadores diretos e sete com representantes sindicais. Os resultados e a discussão são apresentados em três categorias: ritmo de trabalho, prolongamento do trabalho, e administração por estresse. O estudo contribui para o avanço do entendimento da intensificação do trabalho e saúde e, ao mesmo tempo, traz indicações sobre os limites e as possibilidades postos à ação coletiva dos trabalhadores nas atuais condições históricas. Palavras-chave: Intensificação do Trabalho e Saúde; Saúde do Trabalhador; Ação Coletiva dos Trabalhadores; Administração por Estresse; Penosidade no Trabalho.1 Sem financiamento.
This study discusses, through bibliographic research, the recurrence of naturalization as basis for the medicalization of the female body, as a means of social control through biological reproduction, whereby behavioral standards, social class, ethnic and race differences are rearranged/redefined. Through this process, male patriarchal and class predominance is maintained and the rift of social and gender inequalities grow wider. It is important to identify the role of technological developments and their complexities -which do not allow lowerincome classes to take decisions in regard to their own bodies and reproductive health -and schooling, specially through science and physical education classes whereby upper-class predominance is sustained. This study is part of a literature review for the development of the doctoral thesis about infertility. However, it is important to clarify the historical process referred in our study. The XIII century brings the emergence of Medicine as an area of technical and scientific knowledge of male domain that since then, it is increasingly involved in the interests of population control, disciplinarization of the workforce and hygienization of space and social relations.But these concerns vary according to contexts and times. Thus, among the XIX and XX centuries, the existence of an overpopulated European continent should be considered in opposition to Americas, by demanding settlement, absorbed immigrants, and also, discussions and ideas from Europe. The Eugenic ideals, for example, characterize the colonial phase of European imperialism, ongoing since the end of the XIX century, are visible in Brazil only in the second decade of the XX century.However, discursively linked to the improvement of race and population development, the eugenics took so aggressive and destructive under the Nazi-fascism in Europe in the decades of 30-40 of the XX century, forms that covered the need for control of the industry workforce and the struggles of social classes for distribution of wealth and socialist ideals.In the global scenario of the XXI century, the spread of the reproduction issues in newspapers of great range, with headlines that highlighted the increased fertility in the slum, and the higher birth rate among adolescents in low-income classes, and illustrates the importance of this subject today and more: the perpetuation of a hierarchy of genders and maintenance of the biopolitic strategy mentioned by Foucault (1989), in which [...] The current forms of medicine organization and the complexity of the technology associated with them ... in many cases withdraw or increase the withdrawal of the participation of common people from decision-making regarding their own body, for their well-being and in the limit, the fate of their lives. (Corrêa, 2001, p.25).This study is part of a literature review for the development of the doctoral thesis of the Post-Graduate Program in Bioscience and Health Education -Oswaldo Cruz Institute (IOC) / Oswaldo Cruz Foundation (Fiocruz) on the recurrence o...
This article describes the collective construction of a research instrument (interview
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