Os anos que se seguiram à segunda metade do século XX, sob a ótica literária, contribuíram de forma significativa para o surgimento de narrativas ficcionais de autoria feminina, cujas temáticas desvencilharam-se, em maior ou menor grau, de temas até então recorrentes nesse tipo de produção literária, num processo em que o retrato da realidade doméstica passou a dar espaço a debates acerca de aspectos políticos e sociais. É sob essa perspectiva que o presente estudo visa analisar os reflexos da Segunda Guerra Mundial na obra intitulada O menino que comeu uma biblioteca (2018), da escritora sul-rio-grandense Leticia Wierzchowski. Sua construção ficcional possui, como uma de suas principais características, a representação da imigração polonesa, bem como suas memórias e traumas de guerra. Dessa forma, atentamos, neste estudo, para o modo como a autora aborda as questões políticas e sociais do período em sua ficção, rompendo, ao menos em partes, com as características e limitações impostas às narrativas literárias de conteúdo ligado ao feminino.
O elemento musical está presente ao longo de praticamente todas as narrativas do escritor sul-rio-grandense Luiz Antonio de Assis Brasil, tanto no aspecto narrativo com enredos que tomam a música como seu elemento central, quanto estruturante, com obras que se assemelham a formas musicais, ou então que utilizam recursos narrativos oriundos desse universo. No presente trabalho, de um modo especial, atentamos para o diálogo entre música e literatura no aspecto estruturante da ficção assisiana. Para tanto, os estudos acerca da intermidialidade nos permitem interpretar essas aproximações feitas pelo autor.
Este artigo se ocupa da ampliação do horizonte social dos estudantes da Educação Básica nas aulas de Língua Portuguesa a partir de uma experiência de prática de ensino de língua como elemento vivo, cujos arranjos poéticos se constituem significativos na interação verbal. Parte-se do princípio de que os estudos da interação, em especial, aqueles da vertente da Análise Dialógica do Discurso, podem iluminar a discussão da Linguística Aplicada sobre o ensino da Língua Portuguesa na Educação Básica. O objetivo desta reflexão é estabelecer relações entre a prática de ensino de Língua Portuguesa na Educação Básica e a concepção de horizonte social, cuja ampliação resulta de experiências significativas na/com a língua. A metodologia compreende uma pesquisa-ação desenvolvida em uma turma de 1º Ano de Ensino Médio de uma escola pública de Passo Fundo/RS a partir do trabalho com a linguagem poética. O trabalho realizado permitiu concluir que a prática de ensino de Língua Portuguesa envolve não apenas a discussão da língua como objeto de estudo, mas, principalmente, da língua como fenômeno social, marcada pelo conteúdo ideológico, pelo conteúdo relativo à vida, sendo os arranjos poéticos um modo de se vivenciar a realidade social e cultural, capaz de estabelecer sentido pelos efeitos que causa nas pessoas e na vida em sociedade.
Este estudo possui como objetivo compreender a presença da intermidialidade no romance O inverno e depois, de Luiz Antonio de Assis Brasil. O autor parte de relações entre o universo literário e o musical para construir sua narrativa ficcional, onde o Concerto para violoncelo e orquestra, do compositor checo Antonín Dvořák, torna-se a base influenciadora da estrutura romanesca construída por Assis Brasil. Nesse sentido, buscamos evidenciar como os aspectos musicais que compõem essa primeira mídia (o concerto), são utilizados para a construção da segunda mídia (o romance assisiano), uma vez que, ainda que pertençam a códigos semióticos distintos, um ao literário e o outro ao musical, a obra de Luiz Antonio de Assis Brasil é influenciada diretamente pelo concerto de Antonín Dvořák, de modo especial em sua estrutura narrativa.
Este texto busca refletir sobre o romance Todas as manhãs do mundo, do escritor Pascal Quignard, publicado em 1991, e sua adaptação fílmica homônima, lançada no mesmo ano. Ao abordar a relação entre um mestre, o músico Sainte Colombe, e seu discípulo, Marin Marais, o exercício musical e a condição humana são amplamente retratados na obra. A adaptação cinematográfica de livros consiste num exercício comum desde a emergência do cinema, conferindo novas possibilidades de interpretação das narrativas literárias. Nessa perspectiva, este trabalho reflete sobre essa prática, atentando para os elementos por meio dos quais o filme ressignifica, subverte e até mesmo recria a obra que o originou.
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