Este artigo, que tem como referência a teoria crítica, relata o resultado de uma pesquisa sobre atitudes em relação à educação inclusiva, realizada com doze professoras do 5º ano do ensino fundamental; dentre elas, seis tinham experiência de ter em sala de aula alunos com deficiência, e seis não tinham. A análise qualitativa dos dados decorrentes do levantamento realizado em seis escolas da rede municipal de Campo Grande (MS) demonstrou que, de modo geral, as professoras foram favoráveis à educação inclusiva. Contudo, ficou evidente a expressão de atitudes preconceituosas veladas ou explícitas no âmbito escolar. A formação para experiência com quem é "diferente" ainda encontra barreiras por conta do preconceito e da discriminação presentes nesta sociedade que tem como lógica uma "inclusão marginal". Em suas manifestações, apontaram dificuldades de trabalhar com alunos com deficiência intelectual severa; assinalaram que a responsabilidade de trabalhar sob a predominância da educação centrada no desempenho, com foco na inserção das pessoas no mercado de trabalho, gerava um "sentimento de impotência". Diante das contradições existentes, a educação inclusiva não deixa de evidenciar a presença das injustiças que ainda se apresentam no processo educativo. Apesar disso, foram indicados vários elementos favoráveis a essa forma de educação, que não é dissociada de movimentos sociais mais amplos.
Este artigo apresenta resultados parciais da pesquisa em andamento Violência escolar: discriminação, bullying e responsabilidade, que tem como pressuposto teórico-metodológico a teoria crítica da sociedade. Os participantes do estudo foram 393 alunos (205 de três escolas públicas municipais e 188 de três particulares) do nono ano do ensino fundamental do município de Campo Grande (MS). O instrumento empregado na coleta de dados foi a Escala de Identificação de Bullying (Escala B). O objetivo consistiu em analisar as indicações dos alunos em relação a aspectos da violência escolar: características dos autores e dos alvos da violência; motivos que levam a ser autor de agressão; e sentimentos dos autores e dos alvos da agressão. Dos resultados quanto às características dos autores: fortes, magros, populares, bons esportistas e com más notas; e dos alvos: fracos, gordos, impopulares, maus esportistas e com boas notas. Os motivos se referem a não ter o que fazer, falta de respeito e não ter limites. Quanto aos sentimentos dos autores: covardia, ódio e como não perdedor; e dos alvos: ódio, desejo de vingança, tristeza, inferioridade e desconsiderado/insignificante. Portanto, o estudo sobre a violência escolar a partir dos autores e alvos da agressão evidenciam as dimensões ideológicas e psicológicas implicadas nas relações sociais e que colocam à mostra a cruel e contraditória realidade frente à violência escolar. Não se pode negligenciar que a repetição compulsiva dos atos de violência acaba por levar alunos e professores a se acomodarem diante de sua existência, a se tornarem indiferentes frente à barbárie.
Neste artigo, apresentamos dados das entrevistas realizadas com seis professores (três de uma escola privada e três de uma pública) do município de Campo Grande - MS, que ministram as disciplinas Língua Portuguesa, Educação Física e Artes, conforme roteiro constante no projeto Violência Escolar: discriminação, bullying e responsabilidade (CROCHÍK, 2014), com acréscimo de duas questões. Expomos a compreensão dos professores em relação ao bullying e à educação inclusiva; identificação e motivos do bullying na escola; características dos agressores e dos agredidos; alunos considerados em situação de inclusão serem alvo de bullying tanto quanto os outros; o que é necessário para combater esse tipo de violência na escola e o papel das autoridades. Concluímos, que cabe propiciarmos uma educação que se direcione para formar cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, que respeitem as diferenças e reflitam sobre os valores democráticos cotidianamente suscitados com vistas ao bem comum.
Este texto é resultante da pesquisa teórica denominada A ideologia da racionalidade tecnológica, o narcisismo e a melancolia: marcas do sofrimento, que teve como objetivo verificar a relação entre o narcisismo, a melancolia e a ideologia da racionalidade tecnológica por meio de alguns conceitos mediadores, tais como indústria cultural e fenômenos de massa, que tendem a reproduzir a dominação social nos diversos âmbitos da vida do indivíduo na sociedade atual. Para sua elaboração, utilizamos escritos de autores e estudiosos da teoria crítica da sociedade e da teoria freudiana.
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