Este trabalho tem como foco as reflexões que abarcam o debate de gênero e sexualidade na formação de professores para a escola do campo. Nosso foco central, embora não explícito, são os processos de subalternização e não reconhecimento do feminino, da forma como o gênero está subalternizado nas dinâmicas campesinas. A partir desse recorte, dentre outros, nossa busca é por contribuir nos debates referentes as questões que envolvem a subjetividade feminina campesina, suas identidades e seu não reconhecimento. Para isso, buscamos na história leituras possíveis sobre o porquê de a mulher, em pleno século XXI, ainda estar sendo colocada em lugar de demérito em relação ao homem. É decorrente de um projeto registrado como proposta de pesquisa na Universidade Federal de Goiás – Câmpus Goiás, que temos buscado levantar dados que evidenciem a relação de poder estabelecida nos espaços citados para melhor entender o preconceito e as dinâmicas sociais no que tange ao sujeito campesino. Ainda, tais estudos têm nos possibilitado adensar e qualificar reflexões necessárias a um curso de Licenciatura em Educação do Campo – LEdoC, acerca do reconhecimento e da importância das questões de sexualidade e gênero na formação em questão.
Subalternização pode ser entendida como processo pelo qual o sujeito deixa de ser reconhecido como parte, como igual, questão desencadeada por um conjunto de fatores que o coloca na condição de não legitimação, tido como aquém das normas esperadas e padrões de ajustes. Por ser assim, trata-se de um sujeito fora da norma. A partir desse fundamento, nossa proposta é discutir a identidade campesina, mediante os processos de subalternização e não reconhecimento desses sujeitos, dentro da perspectiva da educação do campo, considerando os complexos processos históricos que colocou o sujeito do campo nesse lugar de não legitimação. Para isso, temos como desafio trazer à discussão da importância de um processo educativo, no campo, com perspectiva inclusiva, uma vez que, tal modalidade de educação sempre foi postergada, e por motivos socioculturais, a concepção no senso comum é que a vida no campo dispensa uma educação escolar ajustada às demandas de quem vive no campo. Em virtude dessa postergação, busca-se discutir aqui a forma como a sala de aula pode auxiliar no empreito de rompimento com toda forma deslegitimação, que faz do sujeito campesino um subalterno.
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