Em seu escritório, cercado por livros, memorabilia de filmes e diversos objetos cult, Matt Hills falou sobre os desafios teóricos e empíricos na definição e estudos dos fãs, a complexidade do termo e os tipos de envolvimento e comportamento no fandom online e offline.MATRIZes: Qual é sua formação acadêmica e como se interessou pelos estudos de fã?Matt Hills: Tenho sido um fã de diversos programas de TV e filmes por praticamente toda a minha vida. Particularmente -e isso se relaciona ao fato de ter trabalhado bastante sobre isso -quando criança, era um grande fã de Doctor Who. A série é uma parte significativa da cultura britânica, certamente durante os anos 1970 e na década de 1980 quando cresci. Ele saiu do ar como um programa de TV ativo ao fim da década de 1980, retornou em 1996 como * Professor no Department of Theatre, Film and Television Studies da Aberystwyth University.
Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC-BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados.
Este artigo traz reflexões sobre novas formas de consumo midiático, como as plataformas de Video on Demand a exemplo da Netflix, abordando o localismo nas produções nacionais e o cosmopolitismo proporcionado pela transmissão de conteúdo para públicos globais. A conceituação teórica é ancorada em autores que discutem o consumo cultural (GARCÍA CANCLINI, 2004), a nacionalização da ficção televisiva (LOPES, 2004) e a memória como recurso no audiovisual (MACDOUGALL, 1998). Em seguida, discorremos brevemente sobre as séries nacionais produzidas pela Netflix Brasil até o final de 2019, a fim de ilustrar as primeiras experiências da produtora e a tendência a certos tipos de narrativas ou gêneros. Por fim, analisamos os elementos nacionais e a relação com a memória presentes na série Coisa Mais Linda (Netflix Brasil, 2019). A análise da série parte da ideia de “promessa de sentido” (JOST, 2008) para, a seguir, se deter na narrativa com foco nas personagens (JOLY, 1996). Como resultado argumentamos que é possível perceber na série elementos de uma ‘brasilidade’ demarcada para conquista de público internacional e o uso de uma temporalidade passada para discutir questões do presente.
Este artigo tem por objetivo refletir sobre a retórica publicitária e as transformações culturais e tecnológicas que compõem seu valor persuasivo nas redes digitais. Para isso, remonto a aspectos da retórica clássica, em seus princípios e aplicações na publicidade, especialmente em três elementos característicos: o papel do orador (ROSS, 1987), o apelo emocional e o conhecimento do público (CITELLI, 2002). Em seguida, trago inferências sobre o papel dos algoritmos nas chamadas tecnologias persuasivas e sua atuação na segmentação de mercado, culminando em um fenômeno que chamo de hipernichificação, por filtrar produtos para grupos cada vez mais específicos. Por fim, exemplifico, a partir da figura do influenciador digital, como o discurso publicitário testemunhal dos influenciadores nas redes, aliado à ação dos algoritmos, constitui uma retórica própria ao ambiente das tecnologias persuasivas.
O artigo analisa as atividades de fãs da Mulher-Maravilha nas redes sociais. A partir do conteúdo criado e compartilhado pelos fãs em duas comunidades no Facebook, observamos parâmetros na circulação de conteúdo voltado à personagem e à cultura pop, bem como as interações dentro do fandom. Em exploração argumentativa, utilizamos exemplos de postagens, sites e redes sociais que contribuem com a análise de comportamento dos fãs em relação à interação digital, como criação de conteúdo (fanfics e fanarts), emancipação feminina e outras relações de afeto. Utilizamos autores como Booth (2010) e Jenkins (2009 e 2015), dentre outros que nos auxiliarão a compreender a cultura participativa dos fãs da Mulher-Maravilha. Palavra-chave: fãs; Mulher-Maravilha; cultura popular, redes sociais.
ResumoNas conversas do dia a dia e nas redes sociais, é possível nos depararmos com o termo cult em referência a pessoas, lugares, filmes ou programas televisivos. A proposta deste artigo é apresentar conceituações acerca do conceito de "TV cult" aplicado às ficções televisivas brasileiras, especialmente às telenovelas. A primeira parte concentra-se no diálogo teórico entre autores que discutem o conceito de TV cult (Pearson, 2010;Hills, 2010) e apontam a relação da expressão ao conteúdo inovador ou crítico de uma narrativa, ao seu apelo nostálgico ou, principalmente, ao engajamento de fãs. Em seguida, descreve-se a pesquisa empírica realizada em três etapas: 1) análise de tweets a fim de traçar um paralelo entre as conceituações teó-ricas e o uso do termo pelos telespectadores; 2) questionário aplicado nas redes on-line que apontou as telenovelas consideradas cult pelos telespectadores e 3) grupo focal com discussão das razões para que tais novelas tenham sido mencionadas. A partir dessas orientações, o artigo destaca o engajamento dos fãs em uma das produções mais citadas no questionário: 1 orcid.org/0000-0002-2603-6808. Universidade Paulista (Unip). Brasil. claricegreco@usp.br
Este artigo tem por objetivo discutir os processos de criação do game inspirado na série televisiva Supermax (Globo, 2016). A intenção é evidenciar e refletir sobre o processo de criação do game e os diálogos entre os produtores da série e os criadores não profissionais, no intuito de compreender os níveis de envolvimento do telespectador. Inicialmente, abarca-se as teorias de Jenkins (2006) sobre narrativa transmídia para, em seguida, identificar a aplicação desses conceitos na criação do game. Após descrição da série e seus múltiplos conteúdos, foi realizada uma análise da evolução da audiência na plataforma Globo Play, quantidade de curtidas e comentários postados pelos usuários. Os resultados demonstram que, embora houvesse um esforço por parte da TV Globo, o baixo engajamento do telespectador reflete uma experimentação ainda em amadurecimento por ambas as partes, o que na prática não desqualifica a aceitação do game por um número significativo de usuários.
scite is a Brooklyn-based startup that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2023 scite Inc. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers