Objetivo: Compreender como mulheres portadoras de HIV vislumbram a maternidade e a possibilidade de gerar filhos. Método: Revisão integrativa de artigos em português, publicados entre 2006 e 2016, com busca nas bases LILACS e SciELO. Descritores: HIV/AIDS; Transmissão Vertical; Gravidez; Maternidade; Qualitativo. Dos 56 artigos recuperados, foram mantidos 19 para análise. Seleção dos estudos: Estudos compostos por mulheres soropositivas em idade reprodutiva, em acompanhamento médico, com temática relacionada à maternidade. Resultados: Destacaram-se sete categorias temáticas: Panorama sócio econômico da amostra; Família; Diálogo sobre sexualidade entre profissionais de saúde e portadoras de HIV; Pouco conhecimento sobre HIV/AIDS e gestação; Foco unidirecional da assistência para a contenção do risco de transmissão; Capacitação dos profissionais de saúde; Sentimentos em relação à maternidade. Conclusão: O desejo de mulheres soropositivas de serem mães permanece inalterado. A falta de conhecimento e suporte favorece a insegurança nas escolhas reprodutivas. Um cenário acolhedor de assistência em saúde, com profissionais capacitados, pode contribuir para minimizar agravos à saúde das mulheres soropositivas.
A criação do Sistema Único de Saúde (SUS), representou grande avanço no combate à epidemia de HIV/AIDS. Porém, com a vigência do atual governo, pautado em uma política neoliberal que prioriza a adoção de medidas de austeridade econômica, em detrimento do investimento em políticas de bem-estar social, observamos o agravamento de sua precarização e desconstrução. À epidemia de HIV/AIDS, por sua vez, tem fortes conexões com as desigualdades socioeconômicas e histórico-culturais, que corrobora maior incidência em indivíduos com alta vulnerabilidade socioeconômica, dependentes da assistência do Estado. Neste ensaio, buscaremos analisar o tema sob a luz dos estudos de Biopolítica, iniciados por Michel Foucault a fim de refletir sobre o impacto das restrições orçamentárias, sobre a sustentabilidade da assistência à saúde de Pessoas Vivendo com HIV, assim como das políticas públicas vigentes. Nesta ótica, suscitamos a urgência da articulação política da população em defesa da sustentabilidade do SUS, de modo sua garantir permanência e dos programas vigentes, como o programa de HIV/AIDS. Acreditamos que somente através da articulação da sociedade civil, em parceria com atores situados em instâncias políticas decisórias e em prol da sustentabilidade do SUS, será possível manter o direito universal e inalienável à saúde, descrito na Constituição Federal.
A descoberta da soropositividade pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), traz consigo uma série de significativas repercussões biopsicossociais que afetam o contexto de vida das pessoas. Ser mulher em uma sociedade patriarcal acarreta enormes desafios, quando associamos a isso a infecção por HIV, é possível observar a ocorrência de questões ligadas ao estigma e preconceito. O tema da maternidade é comum quando pensamos no papel social da mulher, entretanto, a feminização da infecção também possui repercussão neste cenário. O desejo pela maternidade e a vivência da sexualidade são marcados por questões socioculturais importantes, independente do status sorológico. Com base nisso, foi elaborada a seguinte questão norteadora: Como as mulheres brasileiras vivendo com HIV percebem a maternidade e a possibilidade de gerar filhos, de acordo com a literatura publicada? Por meio desta questão, o objetivo deste estudo foi conhecer a percepção de mulheres vivendo com HIV sobre maternidade e a possibilidade de gerar filhos, no contexto brasileiro, a partir da literatura publicada. Como metodologia, adotou-se a revisão integrativa da literatura, contemplando artigos em português, inglês e espanhol, publicados entre 2006 e 2018, nas bases de dados LILACS, SciELO, SCOPUS, SCIENCE DIRECT e WEB OF SCIENCE. Na busca pelos artigos foram identificados 311 manuscritos dos quais 28 foram incluídos, seguindo os critérios de seleção: Estudos compostos por mulheres soropositivas em idade reprodutiva, em acompanhamento médico, com temática relacionada à maternidade. A análise dos resultados permitiu a definição de cinco categorias temáticas: Panorama socioeconômico da amostra; Relação Familiar; Vulnerabilidades associadas ao diagnóstico positivo para HIV; Sentimentos em relação a vivência da maternidade; Mulheres soropositivas e o aborto induzido. A partir dos resultados, consideramos que a percepção da maternidade para mulheres vivendo com HIV é permeada por sentimentos ambíguos como medo e esperança, e que a possibilidade de gerar filhos é permeada por dúvidas. A insuficiência de conhecimento sobre a infecção e o suporte profissional inadequado contribuem para a insegurança das mulheres nas suas escolhas reprodutivas. O atendimento de assistência à saúde atualizado, integral e acolhedor pode promover autonomia e segurança para mulheres soropositivas quanto às suas escolhas e saúde reprodutiva.
Background: The professional resistance to childbirth in water and the limitation of robust scientifi c evidence to support its safety constitute a context prone to the restriction of women's freedom of choice. The elaboration of the birth plan by pregnant women who wish to experience a birth immersed in water can be an important instrument for the exercise of their choice and autonomy. This qualitative and descriptive case study aim to realize how women experienced their birth plan in two hospitals in Portugal. Results: Face-to-face and videoconferencing interviews were conducted with sixteen women witch speeches were recorded, transcribed, and submitted to content analysis, with the support of NVivo software. The mainly characteristics of the participants were: 76% had a higher level of schooling; 66% lived in a stable union with a partner; 66,7% were nulliparous; 100% were informed and prepared during prenatal sessions about waterbirth and made their birth plan with those sessions; 100% were at term gestation at the time of birth; 100% were referred for immersion in hot water during labour; after birth, all the newborns had Aqua Apgar index between 9 and 10 in the fi rst minute and 10 in the fi fth minute. The qualitative analysis allowed to identifi cation of three thematic categories: Legitimising women's choices; Professional resistance and the devaluation of the birth plan: triggers of violence; and, Complete birth plan success. Conclusion: The data showed that birth plan represented a legitimator of women´s choices for experiencing waterbirth, although some of them perceived disregard and disrespect of the plan by health professionals, especially in a context of technocratic model of care. It was found that the birth plan represented a transcendence of the experience of labour and birth, enabling women to experience their choices with fullness, freedom, and specially respect.
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