Objective:To analyze the clinical pharmacist interventions performed during the review of prescription orders of the Adult Intensive Care, Cardiologic Intensive Care, and Clinical Cardiology Units of a large tertiary teaching hospital in Brazil.Methods:The analysis took place daily with the following parameters: dose, rate of administration, presentation and/or dosage form, presence of inappropriate/unnecessary drugs, necessity of additional medication, more proper alternative therapies, presence of relevant drug interactions, inconsistencies in prescription orders, physical-chemical incompatibilities/solution stability. From this evaluation, the drug therapy problems were classified, as well as the resulting clinical interventions.Results:During the study, a total of 6,438 drug orders were assessed and 933 interventions were performed. The most prevalent drug therapy problems involved ranitidine (28.44%), enoxaparin (13.76%), and meropenem (8.26%). The acceptability of the interventions was 76.32%. The most common problem found was related to dose, representing 46.73% of the total.Conclusion:Our study showed that up to 14.6% of the prescriptions reviewed had some drug therapy problem and the pharmacist interventions have promoted positive changes in seven to ten of these prescriptions.
Os gastos com medicamentos correspondem a uma grande parcela do orçamento em saúde. Sendo assim, a produção de conhecimento sobre o uso desses recursos é essencial na tomada de decisão em saúde pública e melhoria da assistência farmacêutica. Este estudo teve como objetivo analisar o processo de endividamento em um hospital universitário de alta complexidade devido ao gasto crescente com a aquisição de mesilato de imatinibe. Por meio de análise documental e registros no Sistema de Informações Hospitalares (SIH) entre 2002 e 2010, realizou-se um estudo descritivo. A partir do caminho da incorporação do medicamento, foram mapeadas as estratégias da indústria farmacêutica e do governo, assim como as respostas governamentais de redução do preço. A sistematização e publicação de informações guardadas em arquivos e na memória podem contribuir para o acompanhamento dos resultados dos programas mantidos pelo Ministério da Saúde.
Resumo: Desde 1996, com a consolidação da oferta do tratamento antirretroviral (ARV) às pessoas vivendo com HIV no Brasil, o governo tem como desafio assegurar a sustentabilidade desta oferta num contexto de incorporação de medicamentos patenteados. O artigo teve como objetivo analisar a série histórica do preço do lopinavir/ritonavir (LPV/r) no Brasil e no mercado internacional à luz de iniciativas de enfrentamento da barreira patentária no período de 2001 a 2012. A metodologia consistiu em mapeamento de iniciativas de enfrentamento da barreira patentária para o LPV/r e análise da série histórica do preço no Brasil e no mercado internacional. Os resultados encontrados apontam que, entre 2001 e 2003, identificaram-se esforços de ameaça de licença compulsória. De 2005 a 2007, identificaram-se iniciativas por diferentes atores: declaração de interesse público, subsídios ao exame e ação civil pública. De 2006 e 2008, iniciativas internacionais de licença compulsória resultaram na redução do preço no Brasil. Entre 2009 e 2012, observa-se uma redução do preço de aquisição pelo Brasil de 30%.
Ao longo do desenvolvimento das suas trajetórias tecnológicas, as empresas farmacêuticas utilizaram um conjunto diversificado de estratégias empresarias para se consolidarem, crescerem e acumularem capital. O mercado farmacêutico mundial é dominado por empresas transnacionais, concentrado por classes terapêuticas, oligopolizado por empresas líderes, marcado pela proteção patentária na extensão de monopólios e pela fidelidade a marcas. A contínua expansão desse mercado utiliza a manutenção dessas características, mas também reinventa novas estratégias de acumulação de capital. Essas estratégias empresariais produzem efeitos sobre o acesso aos medicamentos. Por isso, entender o funcionamento delas e seus efeitos sobre o acesso a medicamentos pode trazer subsídios para o enfrentamento delas em âmbito nacional ou internacional e para a garantia do acesso aos medicamentos no nível local. O objetivo desse artigo é identificar, descrever e categorizar as estratégias empresariais utilizadas no setor farmacêutico, além de identificar barreiras no acesso a medicamentos constituídas por essas estratégias. É um estudo exploratório, constituído pelas seguintes etapas metodológicas: revisão não exaustiva da literatura, identificação e descrição das estratégias utilizadas pelas empresas farmacêuticas e discussão dos efeitos das estratégias sobre o acesso a medicamentos. Foram mapeadas 23 estratégias, agrupadas em sete tipos de estratégias. A partir da identificação das estratégias empresariais, foram propostas definições para cada uma. Os tipos de estratégias empresariais identificados são: inovativas, de rearranjo da forma empresarial, patentárias, de busca de novos mercados, de acesso, de capital fictício e mercadológicas. Investimento em inovações: investimento na inovação tecnológica e na formação do conhecimento tácito dentro da empresa, produzindo uma trajetoria tecnológica. Fusão: duas empresas separadas se consolidam em uma organização conjunta e ações são emitidas com o nome da nova identidade comercial. Aquisição: uma empresa menor é consumida por outra, geralmente requer grandes quantias de dinheiro, tende a ser hostil e com conotação negativa. Takeover: uma empresa, de forma hostil, assume o controle de outra sem o consentimento da empresa adquirida, geralmente envolve uma empresa maior que visa uma menor. Troca de ativos: troca de ativos entre duas empresas, sem alterar a forma organizativa das empresas. Carve-out: uma empresa vende uma participação acionária de um segmento de seus negócios, que pode não fazer parte de suas operações principais, para se beneficiar da entrada imediata de fluxo de caixa, mantendo um patrimônio líquido. Spinoff: uma empresa vende toda unidade de negócios diretamente para outra empresa, criando uma entidade separada. Joint venture: colaboração comercial ou tecnológica, na qual duas ou mais empresas acordam em reunir seus recursos, propriedades e conhecimentos para realizar uma tarefa específica, com retornos e riscos compartilhados. Aliança estratégica: parcerias estratégicas entre empresas para trazem avanços para a P&D e proporcionar retornos financeiros sobre os produtos desenvolvidos, geralmente envolve pelo menos uma empresa farmacêutica estabelecida. Licenciamento de tecnologias: concessão permissão para uma empresa desenvolver compostos específicos inicialemnte pesquisados por outras empresas. Monopólio patentário: depósito de pedido de patente nos escritórios de cada país a fim de obter uma situação de monopólio pela concessão ou expectativa de concessão de uma patente, restringindo a produção, a comercialização e a concorrência de produtos. Evergreening: prática de extensão do monopólio patentário, pela extensão do tempo de análise dos pedidos de patente ou pela sobreposição de pedidos de patente para um único produto. Litígio sobre patentes: inúmeros recursos administrativos ou via judicial, que causam extensões do tempo de análise de pedidos de patente. Reposicionamento no mercado: empresas encerram a produção e deixam o mercado mundial ou reposicionam-se no mercado, devido ao retorno financeiro ser pequeno ou não valer a pena a produção de determinados produtos sem proteção patentária, para mercados de países em desenvolvimento ou para uma população restrita. Mercado de genéricos: entrada no mercado de medicamentos sintéticos genéricos, geralmente após a expiração da patente. Mercado de biossimilares: entrada no mercado de medicamentos biológicos genéricos, geralmente após a expiração da patente. Diferenciação de preços: oferta de medicamentos a preços menores para países de renda média e baixa, a partir da segmentação do mercado de acordo com a suposta capacidade de pagar. Acesso expandido: uma das formas de disponibilização de um medicamento novo e promissor, antes do produto ser aprovado pelas agências reguladoras e ser lançado no mercado, em caso de doenças graves, ameaça à vida ou falta de alternativa terapêutica satisfatória. Mercado financeiro: uso dos lucros das empresas para reinvestir no mercado fiananceiro. Recompra de ações: uso dos lucros das empresas para recompra das suas próprias ações com o propósito de dar impulsos manipulados nos preços das ações e gerar lucros em escala massiva. Capital de risco: compra, geralmente não negociada publicamente, de uma participação minoritária de uma empresa iniciante por outra empresa estabelecida. Adoção de blockbuster: adoção de produto com faturamento acima de US$ 1 bilhão por ano, garantido pela exclusividade do monopólio patentário e pelo marketing. Aposta em marcas e marketing: introdução de um produto no mercado por meio de uma marca e uso de estratégias de marketing para sua promoção. As estratégias empresariais descritas influenciam o acesso a medicamentos e podem constituir barreiras ao mesmo. É importante aprofundar o entendimento sobre quais dimensões do acesso são restringidas pelas estratégias das empresas transnacionais farmacêuticas e como isso ocorre, já que nem todas as dimensões do acesso são influenciadas dessa forma. É possível identificar alguns efeitos no acesso a medicamentos: aumento dos preços dos medicamentos, redução da disponibilidade de medicamentos e desabastecimento, restrições de circulação decorrentes da barreira patentária, redução dos produtores e da concorrência, alterações sanitárias e diminuição da qualidade dos produtos. A sistematização das estratégias empresariais contribui para a compreensão desse universo, formulação política e futuros estudos que avancem no detalhamento do seu funcionamento e suas implicações para o acesso a medicamentos. Essa contribuição não pretende ser estanque, mas é um ponto de partida a continuação dessa linha de investigação.
A construção de políticas públicas para a prevenção e tratamento do HIV/Aids no Brasil é uma história de luta que une sanitaristas, pesquisadores e ativistas desde os anos 1980. Parte importante desse caminho está ligado à produção e distribuição de medicamentos antirretrovirais (ARV), iniciativas de redução do preço dos ARV e mobilizações da sociedade civil pela garantia de direitos, que contribuíram para criar um dos programas mais bem-sucedidos de combate à doença no mundo. Com base nesse histórico, este trabalho teve por objetivo analisar os gastos governamentais na aquisição de ARV selecionados no período entre 2005 e 2020, fazendo uma comparação com preços internacionais, à luz dos determinantes relacionados às disputas patentárias, ao licenciamento voluntário, às PDPs e às iniciativas para redução de preços de ARVs. Entre outros resultados, foi possível observar que não houve uma relação imediata entre o fim da concessão patentária e a redução de preços. Depósitos de outros pedidos de patente e a inexistência de concorrentes registrados nacionalmente, mesmo após a expiração da patente, podem ser fatores significativos para a manutenção de altos preços.
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