No Brasil, a realização de interrupção legal de gestação consequente à violência sexual é permitida por lei. O objetivo deste estudo foi relatar vivências de mulheres após a violência sexual, no diagnóstico de gravidez, na busca pelo serviço de interrupção legal da gestação e durante a internação em um hospital universitário. Foi realizada pesquisa qualitativa com entrevistas semiestruturadas em dez mulheres de 18-38 anos e escolaridade ≥ 8 anos, após 1-5 anos da interrupção legal da gestação. As mulheres desconheciam o direito à interrupção legal da gestação, sentiram a violência sexual como experiência vergonhosa, mantiveram segredo e não procuraram qualquer atendimento imediato. O diagnóstico de gravidez provocou sentimentos de angústia e desejo de abortar. Para as mulheres que procuraram o setor de saúde suplementar as orientações foram precárias ou não aconteceram. O atendimento dos profissionais mostrou-se relevante para assimilação da experiência do aborto. É necessário divulgar o direito à interrupção legal da gestação e a existência de serviços que a realizam, e capacitar profissionais de saúde e segurança pública para atender esses casos.

Severe mental health disorders were still present 6 months after women had experienced sexual violence.

mostrou tão receptiva a este trabalho, propondo-se a mergulhar em um terreno um tanto desconhecido, característica que me parece essencial a uma pesquisadora. Agradeço pela dedicada orientação e pelo crescimento que tive com seus ensinamentos. À Professora-Doutora Renata Cruz Soares Azevedo, que se mostrou sempre atenciosa às minhas necessidades e deu contribuições de extrema importância ao desenvolvimento deste trabalho. As psicólogas Maria José Navarro Vieira e Marina Herdeiro Lopes, responsáveis pelo atendimento psicológico das mulheres vítimas de violência sexual no CAISM, pela paciência, compreensão e coleguismo. À Equipe do Ambulatório de Atendimento Especial do CAISM/UNICAMP por me receberem em seu serviço de forma tão acolhedora e amistosa durante todo o período de coleta de dados deste trabalho. Agradeço aos meus pais, Tânia Cristina Leme e Marco Roberto Machado, e a seus respectivos companheiros, Antonio Lazaro Regonha e Nara Dias Machado, pelo incentivo que sempre me deram em relação aos estudos e por acompanharem minha trajetória. Às amigas Mariana Pinheiro Fernandes e Ana Catarina Rezende Leite, exemplos de esforço e dedicação, com as quais eu aprendi a admirar o trabalho da Pesquisa vi Cientifica. Agradeço a vocês pelo tempo que estivemos juntas e pelas experiências que compartilhamos nesses anos. Ao meu marido, Carlos Eduardo de Godoy Junior, pelo apoio e suporte da minha caminhada profissional, pelos momentos em que expressou sua admiração pelas minhas conquistas, sempre com um olhar atento e cuidadoso, e pelo insistente incentivo aos meus projetos. Às pacientes que, mesmo em um momento dificil de suas vidas, dispuseram-se a colaborar com a pesquisa e que são o motivo de nosso esforço.

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