RESUMO: Este artigo tematiza as relações entre as diversas áreas de conhecimento e respectivos profissionais que atuam na execução penal no sistema penitenciário brasileiro. O tema é relevante porque partimos do pressuposto de que a ressignificação dessas áreas de conhecimento pode alterar a forma como se faz educação e gestão do trabalho dentro da prisão. A tese a ser explorada no artigo problematiza a subordinação epistemológica das ciências humanas, sociais e biológicas às ciências jurídicas como causa da fragmentação epistemológica do conhecimento, à qual corresponde a fragmentação das especialidades profissionais, bem como a fragmentação das políticas, programas, projetos e ações destinadas ao tratamento dado às pessoas privadas da liberdade. A conclusão do artigo aponta para a necessidade de um projeto político pedagógico que articule e integre os saberes existentes na prisão e o trabalho dos diferentes profissionais, sobretudo em virtude da mudança do perfil da população atendida e do entendimento de que todos os saberes são úteis e necessários à educação da pessoa privada da liberdade.Palavras-chave: Sistema penitenciário. Trabalho. Educação. Relação entre ciências. Subordinação epistemológica.
O artigo constitui um relato que articula iniciativas de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pelo Gepêprivação a partir da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo como parte de uma iniciativa mais ampla denominada O Projeto Político Pedagó- gico da Educação em Prisões. Por meio da pesquisa diagnóstica identificaram-se cerca de 10 mil pessoas privadas da liberdade no entorno da USP, o que nos conduziu à reflexão sobre e a responsabilidade da universidade pública no Brasil frente a esta grave questão social. São partes constituintes destas experiências uma disciplina obrigatória Curso de Pedagogia com estágio curricular e uma pesquisa de doutoramento que, juntas, fomentaram atividades de extensão universitária para alunos de graduação lecionarem dentro de uma prisão feminina na cidade de São Paulo, um curso de formação de professores e um ensaio quanto à necessidade de mapeamento do território para articular as competências da universidade pública com as necessidades dos sistemas prisional e socioeducativo no Estado de São Paulo.
O artigo apresenta algumas reflexões sobre as possibilidades de extensão universitária, a partir do seu papel instituído, no contexto da Educação nas prisões, com foco na Universidade Pública. Para tanto, parte das origens e objetivos da extensão universitária, seu histórico e fundamentos, e analisa o potencial extensionista em relação ao sistema prisional, problematizando a situação do Estado de São Paulo, cuja popula- ção prisional é, quantitativamente, a maior do Brasil e onde a extensão universitária nesse contexto revela uma inflexão na postura do Estado. Utiliza-se a metodologia de pesquisa qualitativa, a partir de uma revisão bibliográfica e análise da legislação atinente ao tema. Dentre as principais considerações finais, aponta-se a carência de estudos e ações de extensão universitária no âmbito do sistema prisional, o que resulta em grande lacuna a ser trabalhada pelas Universidades Públicas, no exercício de seu papel extensionista
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