O artigo desdobra-se de uma pesquisa realizada com gestores/as e técnicos/as, vinculados/as a secretarias municipais, envolvidos/as com a implementação de políticas e programas de inclusão social, em um município da Grande Porto Alegre/RS. Nele discutimos, na perspectiva dos estudos de gênero e estudos culturais pós-estruturalistas, um movimento de generificação que nomeamos de "feminização da inclusão social", focalizando a situação do emprego e as condições de trabalho, a infraestrutura dos serviços e os modos como profissionais/técnicas se veem na implementação das políticas. Argumentamos que promover inclusão social pressupõe desenvolver e desempenhar um conjunto de capacidades representadas como sendo 'da ordem do feminino', que são constitutivas da feminização que as políticas incorporam e fazem funcionar.
RESUMONas culturas ocidentais em que vivemos, de forma muito mais intensa e explícita do que em outras épocas, o amor e a sexualidade têm sido significados como dimensões indissociáveis da vida humana. A sua realização prazerosa tem sido apresentada não apenas como um direito de todos os seres humanos, mas como um imperativo ao qual todos/as estamos submetidos e a partir do qual somos valorados, classificados e posicionados como mais ou menos bem-sucedidos e saudáveis. Nesse sentido, é importante destacar toda uma discursividade que reitera, todos os dias, que ser feliz envolve, dentre outras coisas, o trabalho, o amor e a vivência plena da sexualidade; e que alguns dos ingredientes importantes para garantir a felicidade e o prazer, nesses domínios, seriam, justamente,
ResumoEste artigo se propõe a analisar parte dos resultados de uma pesquisa que examina políticas públicas de inclusão social, focalizando seu processo de implementação, os serviços ofertados pelas secretarias municipais de educação, saúde e desenvolvimento social de um município do Rio Grande do Sul e os sujeitos que executam as ações programáticas decorrentes dessas políticas. Apoiando-se nos campos dos Estudos de Gênero, dos Estudos Culturais e da Sociologia da Saúde, naquelas vertentes que se aproximam do pós-estruturalismo de Michel Foucault, problematiza imperativos e promessas de inclusão social que contribuem para instituir processos de responsabilização dos sujeitos tanto pelo sucesso ou fracasso das ações previstas nessas políticas de inclusão social, quanto pela busca de soluções para os problemas que vivenciam no cotidiano dos serviços. Argumenta-se, ainda, que essa discursividade institui modos de organização do trabalho, bem como modos de fazer profissionais. Palavras-chave: Políticas públicas. Inclusão social. Serviços públicos. Pós-estruturalismo.
O artigo resulta de três pesquisas interligadas realizadas na Grande Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no período compreendido entre 2005 e 2010. A partir da perspectiva dos estudos culturais e de gênero pós-estruturalistas, e tomando gênero e vulnerabilidade como ferramentas teórico-metodológicas, examinamos três programas governamentais de 'inclusão social', perguntando-nos: as noções de família que são produzidas, veiculadas e modificadas neles contribuem para (re)produzir, diminuir ou manter a vulnerabilidade que se propõem a modificar ou romper? A partir desse exame, argumentamos que tais programas operam com uma gramática que institui 'a' família como alvo preferencial da 'inclusão social' e que eles interpelam determinados sujeitos e grupos sociais posicionando-os, ao mesmo tempo, tanto como responsáveis por problemas sociais complexos quanto por sua resolução.
Neste trabalho, analiso alguns processos de produção e veiculação de representações de maternidade, tomando como referência o Programa Nacional Bolsa-Escola. Meu estudo insere-se nos campos dos Estudos Culturais e dos Estudos Feministas, nas vertentes que têm proposto uma aproximação crítica com a abordagem pós-estruturalista. Para a operacionalização da pesquisa, selecionei um conjunto de documentos referentes a esse Programa, produzidos e publicados no período de 1999 a 2003. Exploro os textos do Programa tomando como base os conceitos de discurso, representação, identidade, gênero e poder com o intuito de analisar os diferentes modos pelos quais a maternidade é, ali, representada e significada.
Este artigo problematiza alguns processos de produção e veiculação de representações de maternidade, tomando como referência o Programa Nacional Bolsa-Escola, e insere-se no campo da teorização cultural, principalmente na perspectiva dos Estudos Culturais e dos Estudos Feministas, nas vertentes que têm proposto uma aproximação crítica com a análise pós-estruturalista. Para a operacionalização do trabalho, selecionei um conjunto de anúncios televisivos que divulgaram o Programa à população no primeiro ano de sua implantação. Exploro os anúncios com o intuito de analisar os diferentes modos de representar e significar a maternidade. Discuto como se organiza e divulga, no âmbito do Programa, um conjunto de ensinamentos e propostas a serem desenvolvidas, principalmente na família, a fim de buscar (re)colocar, sobretudo, as mulheres-mães e a educação das crianças no centro desses debates.
Este artigo problematiza processos de produção e veiculação de representações de maternidade, tomando por base políticas de inclusão social no Brasil contemporâneo. Ancora-se na noção de "politização do feminino e da maternidade", que se refere a uma rede discursiva que delineia pedagogias que, ao educarem mulheres como mães, as situam ao lado do Estado, corresponsabilizando-as no enfrentamento de questões estruturais da pobreza, uma vez que são apresentadas como parceiras estratégicas que devem agir de forma decisiva na resolução de problemas sociais mais amplos. Dessa forma, as mulheres-mães são posicionadas em inúmeras políticas de inclusão social como agentes fundamentais para a resolução de problemas sociais.
ResumoO artigo desdobra-se de uma tese de doutorado (Klein, 2010) que analisou uma política pública voltada para a promoção de uma Primeira Infância Melhor (PIM/RS, Brasil), tomando-a como uma instância pedagógica que pretende educar e regular mulheres e homens como mães e pais de determinados tipos. De forma específica, focalizam-se, aqui, na perspectiva dos estudos de gênero e dos estudos foucaultianos, os sentidos articulados ao uso do termo conhecimento e seus efeitos sobre a produção de três posições de sujeito (mulheres-visitadoras, mulheres-voluntárias, mulheres da comunidade) que tal política promove.Palavras-chave: Conhecimento, Gênero, Políticas públicas.
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