Resumo: Este artigo analisa como o campo das religiões de matriz africana evoca o discurso racial como narrativa público-política em resposta a atos de intolerância religiosa, destacando o período das eleições municipais de 2020 na região de São Gonçalo (RJ). Como contraface desse processo, examinaremos também como o discurso racial é empregado pelos grupos evangélicos no dia a dia de suas igrejas, articulado com sua ação expansionista e missionária de forma geral e em São Gonçalo. Como suporte teórico para empreendermos a análise das relações entre racialidade, identidade e política, baseamo-nos no conceito de interseccionalidades, categoria que alude à multiplicidade de diferenciações.
Analisamos neste artigo a construção do Marco Zero e do Museu da Umbanda, espaços de memórias da umbanda no município de São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro, e as controvérsias em torno dos vários segmentos das religiosidades afro-indígenas na construção de uma identificação étnico-racial advinda desse projeto e como parte de uma estratégia de luta contra o “racismo religioso”, em face das adversidades resultantes tanto das atitudes intolerantes do mandato da prefeita Aparecida Panisset quanto do atual governo municipal.
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