Empresas familiares dominam os negócios em grande parte das economias mundiais exercendo influência sobre o ambiente econômico-social. Este estudo objetiva investigar como a riqueza socioemocional impacta no processo de profissionalização em uma empresa familiar. A pesquisa caracteriza-se como exploratório, estudo de caso qualitativo realizado em uma empresa localizada em Santa Catarina com 50 anos de história, sendo uma empresa S.A de capital fechado de grande porte. As entrevistas foram analisadas pela abordagem da análise do discurso. Os resultados da pesquisa sugerem que a riqueza socioemocional influenciou a profissionalização no sentido de preservar os valores da família, dado que a profissionalização ocorreu com o intuito de manutenção e sobrevivência do negócio. Além disso, a contratação de profissionais não familiares permitiu diferentes percepções para a tomada de decisões, agregando valor à tomada de decisão. A contribuição teórica do estudo consiste na discussão da riqueza socioemocional e da profissionalização, no que tange ao envolvimento da família na organização e a participação de profissionais não familiares na gestão do negócio, levando em consideração que a riqueza socioemocional reforça a profissionalização da empresa familiar. Esse estudo amplia o debate acerca da profissionalização em empresas familiares sugerindo que esse processo não concorre com a manutenção da riqueza socioemocional.
Este estudo tem por objetivo verificar a influência da estrutura de capital no financial distress em empresas familiares e não familiares brasileiras. Realizou-se pesquisa descritiva, documental e quantitativa. A amostra abrangeu 137 empresas, sendo 65 familiares e 72 não familiares, analisadas de 2011 a 2017. Observou-se, por meio de três medidas – endividamento total, de longo prazo e oneroso –, que a estrutura de capital influencia na probabilidade de financial distress tanto de empresas familiares como de organizações não familiares. Mais importante, tem-se que estas medidas divergem de sinal tanto entre elas como em função da gestão e propriedade corporativa (se familiar ou não familiar). Assim, a contribuição deste estudo perpassa pelo reconhecimento de que gestores, investidores e outras partes interessadas devem observar as medidas de estrutura de capital de forma distinta para reconhecerem o evento de financial distress e, em função disto, tomarem decisões assertivas diante de seus interesses subjacentes.
This article aimed to verify the influence of cash liquidity and financial constraints on the market performance of Brazilian companies. According to pecking order theory, organizations choose retained earnings over debts or new share issuances, which may be linked to specific costs. However, trade-off theory highlights that taxes mean that financial policy and debt can be relevant to company value. Thus, this study aims to provide new insights on these topics and knowledge for investigating cash liquidity and financial constraints in relation to performance. The cash liquidity of organizations and financial constraints are important phenomena for performance, given that, in this study, there was an increase in performance. The results suggest that organizations choose to underinvest in the setting due to the difficulty of obtaining credit. Thus, there is an evident need for organizations to present liquidity so as not to lose investment opportunities. Despite the financial constraints, the organizations represent, to some extent, a good investment option, as they prefer excess cash to resources for new investments. The population of this study is formed of companies listed on the B3 S.A. -Brasil, Bolsa, Balcão. The analysis period corresponded to the years from 2014 to 2018 and the KZ index is calculated to classify the organizations regarding their level of constraint. Next, multiple linear regression was run, controlling for year and sector fixed effects. There is a need for organizations to present liquidity to attract new investors. However, companies that find themselves financially constrained can also represent a good investment option as they choose excess cash. In the market, there are some resistances regarding financially constrained organizations, but there may be considerable liquidity in them.
RESUMO O objetivo deste artigo foi verificar a influência da liquidez em caixa e das restrições financeiras no desempenho de mercado das empresas brasileiras. Conforme a Teoria do Pecking Order as organizações optam por lucros retidos sobre as dívidas ou por novas emissões de ações, o que pode estar atrelado a custos específicos. Entretanto, a Teoria do Trade-Off destaca que os impostos têm a proposição de que a política financeira e a dívida podem ser relevantes ao valor da empresa. Assim, esse estudo visa atribuir novos insights para essas temáticas e conhecimento para a investigação da liquidez em caixa e para as restrições financeiras no desempenho. A liquidez em caixa das organizações e as restrições financeiras são fenômenos importantes para o desempenho, haja vista que, no presente estudo, houve aumento no desempenho. Com os resultados, sugere-se que as organizações optem pelo subinvestimento no cenário e pela dificuldade em disposição de crédito. Dessa forma, fica evidente a necessidade de as organizações apresentarem liquidez para não perderem oportunidades de investimento. Apesar de financeiramente restritas, as organizações representam, de certa forma, uma boa opção de investimento, por preferirem o excesso em caixa à disponibilidade para novos investimentos. A população deste estudo é formada pelas empresas listadas na B3 S.A. - Brasil, Bolsa, Balcão. O período de análise correspondeu os anos de 2014 a 2018, sendo realizado cálculo do índice KZ para classificação das organizações quanto ao nível de restrição. Após, ocorreu o cálculo por meio de regressão linear múltipla, com controle de efeitos fixos para ano e setor. Há necessidade de as organizações apresentarem liquidez para atraírem novos investidores. Entretanto, empresas que se encontram financeiramente restritas também podem representar uma boa opção de investimento se optarem pelo excesso em caixa. No mercado, existem algumas resistências quanto a organizações financeiramente restritas, mas nessas pode haver liquidez considerável.
Pesquisas que abordam empresas familiares e não familiares possuem diferentes enfoques, porém poucas são as que estudam a divulgação das informações contábeis, sob a perspectiva de legislação e informações voluntárias. Dito isso, o presente estudo objetivou verificar as diferenças no conteúdo do Relatório da Administração de empresas familiares e empresas não familiares no segmento edificações listadas na Bolsa Balcão Brasil (B3). A amostra do estudo compreendeu 18 empresas familiares e não familiares listadas no segmento de edificações da B3. O período de análise constituiu o ano de 2016 pela relevância do segmento no mercado de capitais. Para análise dos dados foi realizada pesquisa exploratória, com abordagem predominantemente qualitativa, mas que também se utilizou da abordagem quantitativa. Os resultados demonstraram que as médias finais entre as empresas familiares e não familiares não são representativas, assim, não se pode afirmar que as empresas familiares estão utilizando mais os itens destacados como recomendações do Parecer de Orientação n° 15/87 da CVM que rege quanto a divulgação adequada do Relatório da Administração, comparando-se a empresas não familiares, mas em comum, que todas as empresas possuem dificuldades em atender tais recomendações. Este estudo contribuiu para análise da observância da utilização do Parecer em organizações de diferentes tipos, e que em média, ambos tipos não se utilizam dos critérios sugeridos como divulgação pelo Parecer.
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