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O romance de fantasia permite às pessoas o acesso ao(s) mundo(s) do imaginário e, nesse sentido, somos levados a indagar se esse subgênero em prosa não será um meio em potencial para incentivar a leitura entre os jovens. Guiados por tal inquietação, propusemos uma prática de formação de leitores a partir do livro A terra dos meninos pelados, de Graciliano Ramos (2010). A atividade, fundamentada em preceitos dos multiletramentos e dos estudos sobre o romance de fantasia, foi estruturada com base na necessidade de se desenvolverem estratégias de leitura e escrita em sala de aula com turmas de 6º, 7º e 8º anos do Ensino Fundamental de uma escola pública. Uma das tarefas consistia em escrever uma narrativa dividida em alguns capítulos em que cada aluno deveria fazer relações com a sua realidade e, repentinamente, imaginar um portal transdimensional se abrindo para um mundo surreal. Com essa proposta, fez-se um diálogo entre BNCC (BRASIL, 2018), teoria da leitura e literatura (PETIT, 2008, 2009; ZILBERMAN, 2010), letramento e multiletramento (KLEIMAN, 2005, 2008, 2014; LEMKE, 2010; NASCIMENTO, BEZERRA E HEBERLE, 2011; ROJO, 1999; SOARES, 2002) e teóricos do Romance de fantasia e a literatura fantástica (TODOROV, 1981; VAX, 1965; CAMARANI, 2014).
A literatura se tornou uma forma de inúmeros autores que escrevem sobre a ditadura civil-militar brasileira resgatarem e representarem suas memórias, bem como as de familiares, amigos e demais vítimas desse período. K.: relato de uma busca, escrito por Bernardo Kucinski, é uma dessas obras literárias e guarda em si vários traços semelhantes com a realidade vivida pelo autor, e também pelo seu pai e sua irmã Ana Rosa, desaparecida durante a ditadura civil-militar brasileira. Considerando esse contexto, almeja-se verificar como essas memórias estão registradas na narrativa K.: relato de uma busca e como leitores se manifestam em diferentes meios de circulação digital, como páginas de críticas literárias, a respeito desses aspectos da obra. Para realizarmos tais estudos ancoramo-nos nas teorias de Ricoeur (2007), Gagnebin (1999, 2006), Figueiredo (2017), Fico (2004) e Bezerra (2014) a respeito de conceitos relacionados à memória, esquecimento, que são termos condizentes ao tema que elencamos para nossas investigações, as quais nos permitem compreender sobre o papel da literatura no processo de rememoração de episódios acontecidos nesse passado sombrio.
A representação e a rememoração de identidades culturais podem ser realizadas de diversas e diferentes formas: escrita histórica, ficcional, teatro, documentários, cinematografia, pinturas, imagens e fotografias. À vista disso, pretendemos analisar algumas fotografias do livro P14311, de Diego Di Niglio, o qual é relacionado ao período da ditadura. Além do mais, no final do livro há um texto de José Afonso Jr, professor e pesquisador de fotografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em que ele explana algumas noções sobre o livro P14311 e a câmera e a fotografia. Diante disso, nossos estudos são fundamentados em um levantamento bibliográfico a partir de conceitos sobre a fotografia, sobretudo, como forma de memória, fundamentados em Barthes (1984), Kossoy (2001), Dubois (1993) e Felizardo e Samain (2007), e também visitamos a fotografia como sendo uma forma discursiva e um lugar de fala, sendo que para isso nos reportamos aos estudos de Foucault (2008), Deleuze (1999) Ribeiro (2017) e Amaral (2005). Enfim, as linhas teóricas que escolhemos e delineamos conforme nossa proposta de investigação nos levam a inúmeras conclusões, dentre as quais destacamos que em P14311 há muita vida por trás da morte, do sofrimento e das separações de famílias nele representadas.
Resumo: Autor de uma gama de obras, sobretudo romances e demais narrativas, Erico Verissimo não se abstém da criatividade na hora da escrita. O que também pode surpreender alguns de seus leitores é o hábito que possuía de fazer registros não verbais, tais como caricaturas de suas personagens e demais representações imagéticas relacionadas às suas obras. A edição de Fantoches (1972), que comemora o quadragésimo aniversário da publicação de estreia desse livro, o primeiro do autor, é um propício exemplo disso. Sendo assim, esta obra, formada por uma série de pequenas narrativas, muitas delas peças teatrais, fornece o corpus para os estudos aqui propostos, já que se pretende analisar os registros manuscritos, tanto verbais quanto não verbais, feitos pelo próprio autor e que confirmam a crítica dele mesmo com relação às suas próprias produções. Para tanto, as análises fundamentam-se nos estudos de crítica literária de Bordini (1995), bem como sobre teorias a respeito dos recursos verbais e não verbais, de Ackerman (2014) e Aurouet (2014), utilizando-se também o primeiro volume de Solo de Clarineta: Memórias (2005), também de Verissimo. Autocrítico como é, Erico Verissimo permite fazer inferências sobre o fato de que uma obra publicada não significa que não existe a possibilidade de acrescências posteriores, o que na edição analisada de Fantoches permite muitas percepções a respeito das diferentes vozes encontradas também nas marginálias do livro, acrescidas pelo autor por meio de desenhos e observações verbais.Palavras-chave: fantoches; marginálias; vozes; Erico Verissimo.Abstract: Author of a range of works, especially novels and other narratives, Erico Verissimo does not abstain from creativity at the time of writing. What may also surprise some of his readers is his habit of making non-verbal records, such as caricatures of his characters and other imagistic representations related to his works. The edition of Fantoches (1972), which commemorates the 40th anniversary of the publication of this book, which was his first, is a fitting example of this. Thus, this work, formed by a series of small narratives, many of them plays, provides the corpus for the studies proposed here, since it is intended to analyze the verbal and non-verbal manuscript records made by the author himself and confirm his own criticism of his own productions. To that end, the analyses are based on Bordini’s (1995) studies of literary criticism, as well as on verbal and nonverbal theories by Ackerman (2014) and Aurouet (2014), and the first volume of the book Solo de Clarineta: Memórias (2005), also by Verissimo. Self-critical as he is, Erico Verissimo allows us to make inferences about the fact that the publication of a work does not mean that there is no possibility of later additions, which in the analyzed edition of Fantoches (1972) leaves room for many perceptions regarding the different voices also found in the marginalia of the book, added by the author through drawings and verbal observations.Keywords: Fantoches; marginalias; voices; Erico Verissimo.
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